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FILMES
TV ABERTA
"Tolerância" remete à força do cinema do Sul
Maria, Mãe de Jesus
SBT, 14h30.
(Mary, Mother of Jesus). EUA, 99.
Direção: Kevin Connor. Com Christian
Bale, Melinda Kannaman. O título é
bastante eloquente quanto ao assunto
do filme, não? Drama histórico-religioso.
Tolerância
Globo, 23h25.
Brasil, 2000. Direção: Carlos Gerbase.
Com Maitê Proença, Roberto Bomtempo.
Após saber da infidelidade conjugal de
sua mulher, homem se deixa atrair por
bela amiga de sua filha adolescente. Um
desses filmes produzidos no Sul que
raramente chegam a nós, embora
representem uma escola de cinefilia e de
curta-metragem respeitabilíssima.
Agora, "Tolerância" vem via TV Globo. A
ver. Inédito.
Um Domingo Qualquer
SBT, 0h.
(Any Given Sunday). EUA, 99, 162 min.
Direção: Oliver Stone. Com Al Pacino,
Cameron Diaz. Bastidores de um time de
futebol americano. Boas premissas
(técnico desprestigiado pela nova
proprietária, um craque em fim de
carreira, um jovem talentoso e
descabeçado, tensões várias). E Oliver
Stone que quer aparecer mais que o seu
assunto e atrapalha tudo, como vem
acontecendo de uns tempos para cá.
A Sedução de Sara
Bandeirantes,1h.
(Romancing Sara). EUA, 94, 84 min.
Direção: Lawrence Unger. Com Bobby
Allen, Taylor Caliban. Rapaz nos seus 20
anos e moça nos 30 conhecem-se na
praia, sentem-se atraídos mutuamente e
mandam bala. Raspa de tacho do
erotismo.
Até que o Dinheiro nos Separe
SBT, 3h.
(Sour Grapes). EUA, 98, 91 min. Direção:
Larry David. Com Steven Weber, Craig
Bierko. Depois de perder todo seu
dinheiro na jogatina, em Atlantic City,
Bierko pede uma moeda ao primo Weber
para jogar numa máquina. Ganha. Agora
a questão é: quem fica com a grana?
Comédia.
Competição de Destinos
SBT, 4h45.
(American Flyers). EUA, 85, 112 min.
Direção: John Badham. Com Kevin
Costner, David Marshall, Rae Dawn
Chong. Dois irmãos que há séculos
competem entre si encontram-se para
disputar corrida de bicicletas. Será a
ocasião para uma confrontação mais
profunda do que esperavam. Não é o
máximo, mas também não é o mínimo.
Só para São Paulo.
(IA)
TV PAGA
"O Dia do Perdão" invade guerra sem redenção
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se é para aproveitar a proximidade da festa de Yom Kippur
que o Cinemax houve por bem
programar "O Dia do Perdão" para hoje, trata-se evidentemente de
uma ironia: foi justamente durante essa festa que começou a guerra
que opôs israelenses a sírios e
egípcios, em 1973.
Se em 1967 o Exército de Israel
passeou pelo território inimigo,
em 1973 não foi isso que aconteceu. Travou-se uma guerra sangrenta, e "O Dia do Perdão" é o relato de algumas experiências desse momento.
Ou antes, é em boa parte o relato
da experiência pessoal de Amos
Gitai, diretor deste filme, como
soldado do Exército israelense.
Gitai acredita que esta guerra
trouxe a consciência de que não
existe solução para o conflito árabe-israelense que não seja pacífica. Para ele, em qualquer outra hipótese, árabes e israelenses poderão se aniquilar até o final dos
tempos que o problema continuará intacto.
Essa observação, à margem do
filme, explica muito do que ele é:
nada mais do que o relato de um
destacamento de resgate aéreo
durante aqueles dias. Nada mais
do que a constatação, sequência
após sequência, do absurdo potencial destrutivo desse conflito.
O único heroísmo na guerra é
sobreviver, dizia Samuel Füller.
Gitai sabe o quanto de razão tinha
o sábio bárbaro da América. E,
minuto após minuto, nos dará
não só a ver como a sentir, em sequências admiravelmente físicas,
os pecados da guerra.
É quase certo que quem espera
um animado filme de guerra se
espante um pouco. "O Dia do Perdão" não é bem um filme de guerra, é a guerra em pessoa.
Não há heroísmo nem grandes
ideais. Há, no máximo, alguns oficiais delirantes, que levam seus
comandados para a morte. Alguns desses oficiais também morrem; outros, por vezes, chegam ao
poder.
O DIA DO PERDÃO. Quando: hoje, às
22h, no Cinemax.
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