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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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FILMES

TV ABERTA

"Tolerância" remete à força do cinema do Sul

Maria, Mãe de Jesus
SBT, 14h30.
  
(Mary, Mother of Jesus). EUA, 99. Direção: Kevin Connor. Com Christian Bale, Melinda Kannaman. O título é bastante eloquente quanto ao assunto do filme, não? Drama histórico-religioso.

Tolerância
Globo, 23h25.
  
Brasil, 2000. Direção: Carlos Gerbase. Com Maitê Proença, Roberto Bomtempo. Após saber da infidelidade conjugal de sua mulher, homem se deixa atrair por bela amiga de sua filha adolescente. Um desses filmes produzidos no Sul que raramente chegam a nós, embora representem uma escola de cinefilia e de curta-metragem respeitabilíssima. Agora, "Tolerância" vem via TV Globo. A ver. Inédito.

Um Domingo Qualquer
SBT, 0h.
 
(Any Given Sunday). EUA, 99, 162 min. Direção: Oliver Stone. Com Al Pacino, Cameron Diaz. Bastidores de um time de futebol americano. Boas premissas (técnico desprestigiado pela nova proprietária, um craque em fim de carreira, um jovem talentoso e descabeçado, tensões várias). E Oliver Stone que quer aparecer mais que o seu assunto e atrapalha tudo, como vem acontecendo de uns tempos para cá.

A Sedução de Sara
Bandeirantes,1h.
 
(Romancing Sara). EUA, 94, 84 min. Direção: Lawrence Unger. Com Bobby Allen, Taylor Caliban. Rapaz nos seus 20 anos e moça nos 30 conhecem-se na praia, sentem-se atraídos mutuamente e mandam bala. Raspa de tacho do erotismo.

Até que o Dinheiro nos Separe
SBT, 3h.
 
(Sour Grapes). EUA, 98, 91 min. Direção: Larry David. Com Steven Weber, Craig Bierko. Depois de perder todo seu dinheiro na jogatina, em Atlantic City, Bierko pede uma moeda ao primo Weber para jogar numa máquina. Ganha. Agora a questão é: quem fica com a grana? Comédia.

Competição de Destinos
SBT, 4h45.
  
(American Flyers). EUA, 85, 112 min. Direção: John Badham. Com Kevin Costner, David Marshall, Rae Dawn Chong. Dois irmãos que há séculos competem entre si encontram-se para disputar corrida de bicicletas. Será a ocasião para uma confrontação mais profunda do que esperavam. Não é o máximo, mas também não é o mínimo. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

"O Dia do Perdão" invade guerra sem redenção

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se é para aproveitar a proximidade da festa de Yom Kippur que o Cinemax houve por bem programar "O Dia do Perdão" para hoje, trata-se evidentemente de uma ironia: foi justamente durante essa festa que começou a guerra que opôs israelenses a sírios e egípcios, em 1973.
Se em 1967 o Exército de Israel passeou pelo território inimigo, em 1973 não foi isso que aconteceu. Travou-se uma guerra sangrenta, e "O Dia do Perdão" é o relato de algumas experiências desse momento.
Ou antes, é em boa parte o relato da experiência pessoal de Amos Gitai, diretor deste filme, como soldado do Exército israelense. Gitai acredita que esta guerra trouxe a consciência de que não existe solução para o conflito árabe-israelense que não seja pacífica. Para ele, em qualquer outra hipótese, árabes e israelenses poderão se aniquilar até o final dos tempos que o problema continuará intacto.
Essa observação, à margem do filme, explica muito do que ele é: nada mais do que o relato de um destacamento de resgate aéreo durante aqueles dias. Nada mais do que a constatação, sequência após sequência, do absurdo potencial destrutivo desse conflito.
O único heroísmo na guerra é sobreviver, dizia Samuel Füller. Gitai sabe o quanto de razão tinha o sábio bárbaro da América. E, minuto após minuto, nos dará não só a ver como a sentir, em sequências admiravelmente físicas, os pecados da guerra.
É quase certo que quem espera um animado filme de guerra se espante um pouco. "O Dia do Perdão" não é bem um filme de guerra, é a guerra em pessoa.
Não há heroísmo nem grandes ideais. Há, no máximo, alguns oficiais delirantes, que levam seus comandados para a morte. Alguns desses oficiais também morrem; outros, por vezes, chegam ao poder.


O DIA DO PERDÃO. Quando: hoje, às 22h, no Cinemax.


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