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ARTES PLÁSTICAS
Tunga recruta
os sem-teto
da Argentina
especial para a Folha
Suas obras já ganharam os museus Jeu de Paume, de Paris, o
MoMA de Nova York e a Documenta de Kassel, entre outros
centros irradiadores de arte, mas
somente hoje Tunga estréia no
Mercosul, em sua primeira exposição em solo argentino.
Com quatro obras que utilizam
linguagens diversas: grande peça
em vidro; escultura em ferro e gelatina; dois filmes e performance,
o Centro Cultural Recoleta apresenta o artista pernambucano a
Buenos Aires, em mostra co-produzida pela Arte Viva, do Rio.
A performance "Teresa" (só esta noite) recruta cem desempregados e sem-teto da capital portenha para trançar, com cobertores
negros, uma "teresa" (corda de
panos para fuga da prisão).
A "experiência", diz Tunga,
"promove o intercâmbio da nossa
falta de identidade concomitante
e uma primeira troca entre artistas dos dois países".
Em vez de solicitar os cem participantes a uma agência de extras,
como na primeira "teresa" feita
no Rio, em 98, Tunga contou agora com a colaboração do grupo
anarco-surrealista argentino Etcétera: "Esses jovens ativistas
convocaram excluídos de lá, que
eles chamam de "mutantes'". Na
"trilha-sonora", música de Arnaldo Antunes, letra de Tunga e voz
de Marisa Monte.
A obra em vidro é a "escultura-instalação" "Lúcido Nigredo".
Ocupa 150 m2 de chão de vidro,
para ser pisado e trincado pelos
visitantes que contemplarão peças de vidro e outros materiais. O
nome remete não à alquimia tradicional, "mas à alquimia do verbo, de Rimbaud", diz Tunga.
Os filmes em 16 mm "Heaven
Hell/Hell Heaven" (99) têm imagens do performer tomadas em
Nova York. Foram realizados por
Karen Schneider e Nicolás Guagnini.
(ALVARO MACHADO)
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