IVAN FINOTTI
da Reportagem Local

"Não-ético", "não-adequado" e "abusivo". Esses são os adjetivos usados pelo secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, para descrever o comportamento de Sérgio Mallandro no último sábado.
No programa, Mallandro apresentou cenas de uma simulação de acidente, que contou com o apoio do Ministério da Saúde, como se fosse uma brincadeira preparada pela produção de seu programa (leia texto abaixo).
Segundo Gregori, "o comportamento desse apresentador não foi ético. Não pode fazer sem licença de quem fez o exercício. Quando muito, poderia filmar como reportagem jornalística".
"Agora, se aproveitar disso para dar uma outra versão, sem autorização, você vai estar tendo um comportamento não-ético."
"São fatos como esse que justificam nosso esforço de as emissoras de TV terem o manual de qualidade, o código de ética."

Multas acima de R$ 100 mil
"Se já existisse esse código, a gente caracterizaria com mais facilidade esse comportamento abusivo que o apresentador teve", afirmou o secretário.
Segundo ele, "com o código em vigor, o apresentador poderia ter feito isso, mas poderíamos impor uma consequência pelo comportamento não-adequado."
"A consequência vai ser multa salgada, coisa que machuque o bolso, de R$ 100 mil para cima. Nós estamos pensando, inclusive, que essa multa financie programas culturais na televisão."
A discussão em torno do código de ética proposto por Gregori acontece há cerca de um ano, após revelação feita pela Folha de que o "Programa do Ratinho", do SBT, forjava histórias.
Para o secretário, o código deve definir multas, estabelecer horários para programas com sexo e violência e criar um conselho para fiscalizar e julgar excessos.
"Há um compromisso de todas as emissoras de preparar o código até o fim do ano", disse Gregori.


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