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FILMES
Um Tira e 1/2
Globo, 15h40.
(Cop and a Half). EUA, 1993, 87 min.
Direção: Henry Winkler. Com Burt
Reynolds, Norman D. Gold 2º, Ruby Dee.
Para testemunhar sobre um crime que
presenciou, garoto exige passar um dia
inteiro acompanhando as atividades de
um detetive (Reynolds). Trato feito.
Comédia uma estrela e meia.
Lutar ou Morrer
SBT, 22h30.
(Fist of Legend). Hong Kong, 1994, 98
min. Direção: Yuen Woo-ping e Gordon
Chan. Com Jet Li, Makayama Shinobu.
Em Xangai, nos anos 20, jovens chineses
são treinados em artes marciais para
combater os invasores japoneses. Jet Li é
quem toma a liderança da resistência,
depois que seu mestre é morto.
Intercine
Globo, 1h30.
Para quinta, o eleitor pode optar entre
"Vivendo Cada Momento" (1978, de Jane
Wagner, com Lily Tomlin, John Travolta)
e "Fuga de Absolom" (1994, de Martin
Campbell, com Ray Liotta, Lance
Henriksen).
Sob o Domínio dos Aliens
SBT, 3h05.
(The Puppet Masters). EUA, 1994, 109
min. Direção: Stuart Orme. Com Donald
Sutherland, Eric Tahl, Julie Warner. O
serviço de inteligência terrestre
descobre a chegada entre nós de aliens
cujas características são grudar-se nas
costas dos seres humanos, prender os
tentáculos em nossos cérebros,
absorvendo sua memória e inteligência.
Enfim, mais ou menos como faz a maior
parte dos filmes sobre aliens que passam
na TV. Só para São Paulo.
Correndo contra o Tempo
Globo, 3h35.
(Race Against Time). EUA, 2000. Direção:
Geoff Murphy. Com Eric Roberts, Diane
Venora, Chris Sarandon. Lifecorps é uma
empresa que compra o corpo de pessoas
em dificuldades e retira seus órgãos um
ano depois. Eric Roberts é o pai que, com
o filho necessitando urgentemente de
uma vacina para sobreviver, vende seu
corpo a essa empresa. E depois? Bem,
estivesse nas mãos de outro que não
Geoff Murphy, essa história renderia
muito.
(IA)
Erros de tropas que avançam
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Tropas avançam sobre
Fallujah. Também avança
"O Incrível Exército de
Brancaleone" (Telecine Pipoca, 22h50) contra os infiéis. Há alguma similaridade nas duas ações, além de
terem o Islã como alvo. Ainda que muito mais numerosas e bem equipadas, as tropas americanas alimentam
sua bravura dos mesmos
equívocos que o cavaleiro
Brancaleone.
Este, por sua vez, é um sucedâneo de Quixote. Tem
na cabeça muitas idéias sobre heroísmo e grandeza,
mas não consegue muito
bem observar o mundo à
sua volta. A semelhança pára por aí. Pois a América de
Bush está em outra guerra
(contra a oposição), e a
guerra externa é, nesses casos, sempre um bom argumento. Isso quem ensinou
ao mundo não foi Branca,
nem Quixote, nem Bush.
Foi Sharon mesmo.
CINEMA
"Veludo Azul" cobre fases de transição
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Ritos de passagem são momentos particularmente
conturbados, em que experiências anteriores não garantem nada. Normalmente, anda-se no escuro, em percursos instintivos.
David Lynch era um diretor
promissor que vinha de um último projeto fracassado, a confusa
e superproduzida ficção científica
"Duna" (1984). Foi necessária
uma volta ao básico, a uma historinha aparentemente inofensiva,
para que ele consolidasse sua proposta autoral e se estabelecesse
como um dos grandes do cinema.
"Veludo Azul" (1986) seria esse
projeto, com uma trama detetivesca centrada em uma idílica cidade norte-americana de filmes
dos anos 50.
É para lá que retorna o estudante Jeffrey (Kyle MacLachlan)
quando seu pai é hospitalizado.
Ele também terá seu próprio rito
de passagem quando encontra
uma orelha humana perdida no
meio de uma volumosa grama
que lembra pêlos pubianos.
Será o portal para que sua sexualidade enfim aflore, o caminho para um mundo mágico de
Oz particular. Já que resolve brincar de detetive, acabará entrando
na vida da misteriosa cantora Dorothy (Isabella Rossellini).
Encontrará pela frente um demente traficante, Frank (Dennis
Hopper), os caminhos do sadomasoquismo e, enfim, a libertação da vidinha regrada de camisas
bem passadas.
A descoberta da sexualidade
não vem fácil, passa sempre por
caminhos brutos. Jeffrey terá, então, que driblar uma opressora figura paterna e resolver seu desejo
por essa figura materna. É um
universo de sonhos, e a trilha sonora, com "In Dreams" (Roy Orbison) apenas reforça isso.
Praticamente tudo o que Lynch
faria a partir de então está concentrado neste "Veludo Azul". Às
vezes de forma apenas tola, às vezes forjando clássicos que mais se
aproximam das artes plásticas,
resplandece essa obsessão pelo
impacto e pelos símbolos.
VELUDO AZUL. Quando: hoje, às 22h, no
Film & Arts.
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