São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2004

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FILMES

Um Tira e 1/2
Globo, 15h40.
  
(Cop and a Half). EUA, 1993, 87 min. Direção: Henry Winkler. Com Burt Reynolds, Norman D. Gold 2º, Ruby Dee. Para testemunhar sobre um crime que presenciou, garoto exige passar um dia inteiro acompanhando as atividades de um detetive (Reynolds). Trato feito. Comédia uma estrela e meia.

Lutar ou Morrer
SBT, 22h30.
 
(Fist of Legend). Hong Kong, 1994, 98 min. Direção: Yuen Woo-ping e Gordon Chan. Com Jet Li, Makayama Shinobu. Em Xangai, nos anos 20, jovens chineses são treinados em artes marciais para combater os invasores japoneses. Jet Li é quem toma a liderança da resistência, depois que seu mestre é morto.

Intercine
Globo, 1h30.

Para quinta, o eleitor pode optar entre "Vivendo Cada Momento" (1978, de Jane Wagner, com Lily Tomlin, John Travolta) e "Fuga de Absolom" (1994, de Martin Campbell, com Ray Liotta, Lance Henriksen).

Sob o Domínio dos Aliens
SBT, 3h05.
 
(The Puppet Masters). EUA, 1994, 109 min. Direção: Stuart Orme. Com Donald Sutherland, Eric Tahl, Julie Warner. O serviço de inteligência terrestre descobre a chegada entre nós de aliens cujas características são grudar-se nas costas dos seres humanos, prender os tentáculos em nossos cérebros, absorvendo sua memória e inteligência. Enfim, mais ou menos como faz a maior parte dos filmes sobre aliens que passam na TV. Só para São Paulo.

Correndo contra o Tempo
Globo, 3h35.
  
(Race Against Time). EUA, 2000. Direção: Geoff Murphy. Com Eric Roberts, Diane Venora, Chris Sarandon. Lifecorps é uma empresa que compra o corpo de pessoas em dificuldades e retira seus órgãos um ano depois. Eric Roberts é o pai que, com o filho necessitando urgentemente de uma vacina para sobreviver, vende seu corpo a essa empresa. E depois? Bem, estivesse nas mãos de outro que não Geoff Murphy, essa história renderia muito. (IA)

Erros de tropas que avançam

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Tropas avançam sobre Fallujah. Também avança "O Incrível Exército de Brancaleone" (Telecine Pipoca, 22h50) contra os infiéis. Há alguma similaridade nas duas ações, além de terem o Islã como alvo. Ainda que muito mais numerosas e bem equipadas, as tropas americanas alimentam sua bravura dos mesmos equívocos que o cavaleiro Brancaleone.
Este, por sua vez, é um sucedâneo de Quixote. Tem na cabeça muitas idéias sobre heroísmo e grandeza, mas não consegue muito bem observar o mundo à sua volta. A semelhança pára por aí. Pois a América de Bush está em outra guerra (contra a oposição), e a guerra externa é, nesses casos, sempre um bom argumento. Isso quem ensinou ao mundo não foi Branca, nem Quixote, nem Bush. Foi Sharon mesmo.

CINEMA

"Veludo Azul" cobre fases de transição

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Ritos de passagem são momentos particularmente conturbados, em que experiências anteriores não garantem nada. Normalmente, anda-se no escuro, em percursos instintivos.
David Lynch era um diretor promissor que vinha de um último projeto fracassado, a confusa e superproduzida ficção científica "Duna" (1984). Foi necessária uma volta ao básico, a uma historinha aparentemente inofensiva, para que ele consolidasse sua proposta autoral e se estabelecesse como um dos grandes do cinema.
"Veludo Azul" (1986) seria esse projeto, com uma trama detetivesca centrada em uma idílica cidade norte-americana de filmes dos anos 50.
É para lá que retorna o estudante Jeffrey (Kyle MacLachlan) quando seu pai é hospitalizado. Ele também terá seu próprio rito de passagem quando encontra uma orelha humana perdida no meio de uma volumosa grama que lembra pêlos pubianos.
Será o portal para que sua sexualidade enfim aflore, o caminho para um mundo mágico de Oz particular. Já que resolve brincar de detetive, acabará entrando na vida da misteriosa cantora Dorothy (Isabella Rossellini).
Encontrará pela frente um demente traficante, Frank (Dennis Hopper), os caminhos do sadomasoquismo e, enfim, a libertação da vidinha regrada de camisas bem passadas.
A descoberta da sexualidade não vem fácil, passa sempre por caminhos brutos. Jeffrey terá, então, que driblar uma opressora figura paterna e resolver seu desejo por essa figura materna. É um universo de sonhos, e a trilha sonora, com "In Dreams" (Roy Orbison) apenas reforça isso.
Praticamente tudo o que Lynch faria a partir de então está concentrado neste "Veludo Azul". Às vezes de forma apenas tola, às vezes forjando clássicos que mais se aproximam das artes plásticas, resplandece essa obsessão pelo impacto e pelos símbolos.


VELUDO AZUL. Quando: hoje, às 22h, no Film & Arts.


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