DA REPORTAGEM LOCAL

Na luta por voltar a soltar os pássaros que tem presos dentro da garganta, Gal Costa celebra o relativo êxito do show originado do equivocado álbum "Todas as Coisas e Eu" (2003) e o contrato recém-firmado com a Trama.
"Elis tinha problema com Gal? Tinha, estou contratando", diz João Marcello Bôscoli, filho & diretor de gravadora, sobre a principal rival histórica de sua mãe, junto com Maria Bethânia. "Gal me contou, rindo, que Elis um dia disse para ela: "Você sabe que depois de mim você é a melhor"."
O contrato prevê a gravação simultânea de dois discos com produção de Cesar Camargo Mariano, o mesmo que acompanha Elis no DVD "MPB Especial".
Um deve ser em inglês, só com canções do repertório de Chet Baker. Para o outro, estão cogitadas, segundo a assessoria de Gal, canções de Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Djavan, Pixinguinha e Moreno Veloso. Mas Bôscoli diz que enviará a Gal grande quantidade de fitas demo com músicas de autores desconhecidos, esperando que ela as ouça a exemplo do que sua mãe costumava fazer.
Quanto ao show que São Paulo já presenciou, desaparecem os excessos da cenografia de Bia Lessa, como as folhas secas que caíam, as lamparinas acesas que subiam e desciam, a escada em forma de montinho que Gal tinha de escalar. E volta o repertório misto de clássicos da canção nacional e versões doídas de músicas cantadas pela Gal rebelde dos anos 70, como "Vapor Barato" (71), "Assum Preto" (71), "Um Favor" (77) e "Força Estranha" (79).
Ah, e ela canta "Folhas Secas", de Nelson Cavaquinho, a canção que encerra o DVD de Elis. No palco simbólico de Gal cabem Elis & todas as outras. (PAS)