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Alemão mistura pornô com novas linguagens
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Mix Brasil apresenta hoje,
à meia-noite, no Espaço Unibanco, um "showcase" do primeiro festival de cinema pornô
de Berlim, o Pornfilmfest, que
aconteceu no mês passado.
Com cerca de uma hora e meia
de duração, a sessão especial
traz um mosaico com 14 dos filmes exibidos na programação.
Feitos entre 2002 e 2006, os
trabalhos têm um DNA diferente do que se conhece da indústria pornográfica: existe
"ação", mas ela disputa o primeiro plano não tanto com
uma "historinha" mas sim com
experimentação de linguagem.
A seleção foi feita por Jürgen
Brüning, produtor e diretor
alemão, que participa de uma
oficina de audiovisual no Mix
Brasil. Brüning lembra que há
uma tendência crescente do cinema independente europeu e
americano de mostrar cenas de
sexo explícito, e cita os diretores Michael Winterbottom
("Nove Canções") e John Cameron Mitchell ("Shortbus").
Numa espécie de reação, a indústria pornô também estaria
procurando novas "formas e
conteúdos".
"É o caso de Eon McKai, no
cinema pornô feito para o público heterossexual, ou de
Wash Westmoreland, voltado
para o público gay. Entre os independentes, há um crescimento na produção de filmes
para mulheres, como Petra Joy
na Inglaterra, e Xplastic no
Brasil", conta Brüning.
O showcase dá uma idéia deste cinema pornô que procura
novas representações do sexo.
Há aqueles enviesados por um
manifesto político, como "Sodom on the Hudson" (EUA,
2003). Os "trash" ou bem-humorados, como "Ediths Spalte"
(Alemanha, 2006). E românticos, caso de "On Sex" (Itália,
2005). Num dos mais interessantes, "Furniture Porn" (Reino Unido, 2006), corpos dão lugar a cadeiras, sofás, poltronas
etc. Tudo muito sexy.
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