São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2001

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Artista lança novo livro com sua obra

DA REDAÇÃO

Livros constituem obsessão para Nuno Ramos. Artista plástico que se pagou durante muito tempo como trabalhador (coincidência?) da indústria papeleira, já lançou dois volumes dedicados à sua trajetória visual (um pela Ática, maior, de 97, e outro, de 99, editado pelo Centro de Arte Hélio Oiticica e pelo MAM-SP), duas obras de ficção ("Cujo", de 93, e "O Pão do Corvo", de 2001, ambos pela editora 34), obras que flertam com o objeto-livro (como "Balada", um tiro num calhamaço de folhas em branco) e uma série de catálogos de mostras.
Não satisfeito, lança em janeiro do ano que vem mais um livro dedicado à sua produção plástica. Editado pela paranaense Casa da Imagem, "Noites Brancas" traz texto de Lorenzo Mammì e 150 páginas dedicadas a suas obras mais recentes, entre séries de desenhos, mídia na qual cada vez mais atua, e registros de trabalhos efêmeros, como as "Marés", obras em que enterra móveis e construções de madeira no mar, para que sejam engolidos pela força violenta das marés.
"O que eu faço depende muito do livro. E eu faço muita coisa, tem obras que nem os meus amigos conhecem. O livro dá uma amarrada, uma ventilada nessa produção toda", diz.
Sobre este caráter múltiplo, Nuno Ramos se diz em busca de uma medida que dê conta de todas as investidas: "Não sei se meu caminho deve seguir isso, no sentido de abrir -agora estou fazendo um filminho, estou mexendo com arquitetura-, mas por outro lado eu tenho medo de me afastar de algo essencial".
Como resposta a esse movimento, no texto homônimo ao livro, Mammì escreve que sua obra parece estar "em busca de núcleos (...) que lhe sustentem a superfície multiforme e aparentemente eclética". (RM)



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