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Artista lança novo livro com sua obra
DA REDAÇÃO
Livros constituem obsessão para Nuno Ramos. Artista plástico
que se pagou durante muito tempo como trabalhador (coincidência?) da indústria papeleira, já lançou dois volumes dedicados à sua
trajetória visual (um pela Ática,
maior, de 97, e outro, de 99, editado pelo Centro de Arte Hélio Oiticica e pelo MAM-SP), duas obras
de ficção ("Cujo", de 93, e "O Pão
do Corvo", de 2001, ambos pela
editora 34), obras que flertam
com o objeto-livro (como "Balada", um tiro num calhamaço de
folhas em branco) e uma série de
catálogos de mostras.
Não satisfeito, lança em janeiro
do ano que vem mais um livro dedicado à sua produção plástica.
Editado pela paranaense Casa da
Imagem, "Noites Brancas" traz
texto de Lorenzo Mammì e 150
páginas dedicadas a suas obras
mais recentes, entre séries de desenhos, mídia na qual cada vez
mais atua, e registros de trabalhos
efêmeros, como as "Marés",
obras em que enterra móveis e
construções de madeira no mar,
para que sejam engolidos pela
força violenta das marés.
"O que eu faço depende muito
do livro. E eu faço muita coisa,
tem obras que nem os meus amigos conhecem. O livro dá uma
amarrada, uma ventilada nessa
produção toda", diz.
Sobre este caráter múltiplo, Nuno Ramos se diz em busca de uma
medida que dê conta de todas as
investidas: "Não sei se meu caminho deve seguir isso, no sentido
de abrir -agora estou fazendo
um filminho, estou mexendo com
arquitetura-, mas por outro lado eu tenho medo de me afastar
de algo essencial".
Como resposta a esse movimento, no texto homônimo ao livro, Mammì escreve que sua obra
parece estar "em busca de núcleos
(...) que lhe sustentem a superfície
multiforme e aparentemente eclética".
(RM)
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