São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FOTOGRAFIA

Obra reúne 50 imagens de artistas e personalidades feitas por fotógrafo francês na segunda metade do século 19

Livro mostra retratos pioneiros de Nadar

EDER CHIODETTO
EDITOR DE FOTOGRAFIA

Se o retrato é a modalidade que tornou a fotografia uma das principais linguagens artísticas desde a sua descoberta, isso se deve, em grande parte, ao fotógrafo parisiense Gaspar Félix Tournachon & Maillet, ou simplesmente Félix Nadar (1820-1910), referência até hoje de enquadramento, iluminação e sensibilidade.
O recém-lançado livro "Nadar -°O Retratista de um Século", reforça essa tese ao mostrar 50 imagens que fazem parte da coleção de Carlos Leal, proprietário da editora Francisco Alves, a mesma pela qual a obra foi editada.
Um retrato do aviador Santos Dumont, dado de presente por um amigo, deu início à coleção de Leal, que hoje conta com cerca de 200 imagens do século 19.
A coleção, que já foi exibida em quatro exposições no Brasil, ganhou vulto após a redescoberta de Nadar quando, em 1995, o Museu D'Orsay, em Paris, realizou a maior exposição mundial do artista. O sucesso a levou ao Metropolitan Museum of Art, de Nova York. A partir de então, a coleção de Carlos Leal tornou-se muito mais valiosa. "Um golpe de sorte", escreve ele no texto de apresentação.
Ser fotografado na metade do século 19, logo após a invenção da fotografia, era algo que mexia com a curiosidade e o ego de todos. Nadar logo percebeu isso e abandonou sua trajetória errática como jornalista, romancista e caricaturista.
Em 1856 inaugura seu estúdio. Sua natureza inquieta o leva a fazer experiências com a luz elétrica para iluminar os clientes. Em pouco tempo coleciona prêmios e se torna conhecido pelos seus retratos. Amigo de personalidades do mundo das artes, passa a realizar o retrato de expoentes como Emile Zola, Gustave Flaubert, Jules Verne e Sarah Bernhardt, entre outros. Convence o amigo Charles Baudelaire a posar para um retrato, o que o poeta julgava ser uma atitude burguesa. Do encontro surge um dos mais famosos retratos da história da fotografia.


NADAR - O RETRATISTA DE UM SÉCULO. Editora: Francisco Alves. Coleção Carlos Leal. Quanto: R$ 65 (150 págs.).


Texto Anterior: Poesia: Sarau transforma boteco em centro cultural
Próximo Texto: Quadrinhos: Gralha pousa no festival HQ Mix
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.