da Reportagem Local

Martin Brest é um diretor com muitos sucessos em seu currículo (como "Um Tira da Pesada" e "Perfume de Mulher"). "Encontro Marcado", agradável mistura de comédia, drama e romance que brinca com a idéia da morte, mostra mais uma vez que o cineasta sabe fisgar o espectador.
"Encontro Marcado" é o melhor exemplo da adaptação do "star system" dos grandes estúdios hollywoodianos para esta década. Com as produções dos anos 30, 40 e 50 destinadas a aproveitar o apelo dos grandes astros de cada estúdio, o filme veio ao mundo para explorar Brad Pitt até o último fio de cabelo loiro do ator. E faz isso muito bem.
Anthony Hopkins é o magnata William Parrish, perto de completar 65 anos, com duas filhas e um império de comunicações que controla com a ajuda de Drew, executivo carreirista e namorado de Susan, a caçula do patrão.
Enquanto a família prepara uma grande festa para o milionário, ele sente fortes dores, que sinalizam um infarto, e passa a ouvir uma voz misteriosa, que sinaliza um rumo fantástico para o filme.
Susan, interpretada pela novata e bonitinha Claire Forlani, conhece um rapaz numa lanchonete, que tenta conquistá-la. Ela -como todas as mulheres da platéia-fica encantada com o rapaz. Os dois se despedem, sem trocar nomes, cada um lamentando que o flerte não foi adiante. Quando Susan se afasta, o sujeito atravessa a rua distraído e é atropelado.
Reunido com a família para um jantar, Parrish é surpreendido pela visita de um jovem que personifica a voz que há tempos perturba o empresário. Parrish não demora muito para compreender que seu visitante é a Morte, que veio buscá-lo. No entanto, os dois estabelecem um trato: a Morte quer conhecer um pouco da vida dos homens e promete adiar a partida de Parrish enquanto estiver gostando de sua temporada no mundo material.
Parrish é obrigado a aceitar a tarefa de ensinar o que sabe sobre a vida ao visitante, que assume diante de todos o nome Joe Black. Mas Susan reconhece o rapaz que flertou com ela na lanchonete. Daí, é um passo para que a garota e a Morte se apaixonem.
A trama se desenrola em mais de três horas de projeção, com diálogos inteligentes que apontam para o clímax na festa de Parrish.
Baseado num obscuro filme de 1934, "Uma Sombra Que Passa", o enredo sabe envolver a platéia. Com o charme de Pitt e Hopkins, a tarefa fica ainda mais fácil.
(THALES DE MENEZES)
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