![]() São Paulo, segunda, 12 de janeiro de 1998. |
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Texto Anterior | Próximo Texto | Índice CINEMA MEMÓRIA Luz Vermelha foi exilado em sua terra
ROGÉRIO SGANZERLA
E todo o vocabulário adquirido na prisão: o rei da palavrão. Instável, mas prodigioso em ofensas. A casa de detenção era um círculo do inferno para seus desgraçados pacientes. Como sabem, a penitenciária gozava de certa fama e a lama também nunca tem boa fama. Ali foi visitado por misteriosa madame movida por uma simples curiosidade de moça rica. Seria ela a pivete Janete Jane ou a misteriosa noiva de Jerônimo, rei do sertão, ou então uma simples emulação, um "fake" da filha do rei do aço? O Luz delirava. Na minha frente, a primeira impressão é a da impressionante semelhança física e de voz o ator Paulo Vilaça, que o celebrizou nas telas. Sem dúvida uma reconstituição histórica. Luz toma a lei nacional de assalto! Ex-débil mental, cumpro sua pena esquecendo do detalhe: vivemos no país da impunidade, e, no sentido do roubo, não passava de fichinha... Quem rouba um pão... A farra do boi é o pano de fundo do sacrifício. Um destino elado pela injustiça, embora quites com a Justiça... Rogério Sganzerla é cineasta, diretor de "O Bandido da Luz Vermelha", de 1968, que retrata a vida de João Acácio da Costa, morto na semana passada aos 56 anos Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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