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Crítica
Greengrass filma perplexidade do mundo de hoje
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em "Vôo United 93", Paul
Greengrass faz um registro objetivo, quase documental, de
um acontecimento dramático
(o seqüestro do avião da United
no 11 de Setembro, aquele que,
supostamente graças aos passageiros, caiu antes de atingir o
alvo). Em vez de heróis, vemos
seres lançados num evento impossível de discernimento.
O anterior "A Supremacia Bourne" (Telecine Action,
20h) não é diferente. Indo à
frente de um gênero que costuma exigir certas regras, as do
thriller de espionagem, o filme
nos mostra o ex-agente secreto
Bourne (Matt Damon) fugindo
de uma conspiração que nem
ele entende ao certo. Falta de
chão esta, traduzida numa fantástica câmera trepidante e numa montagem estilhaçada.
Paul Greengrass é um cineasta que traduz na tela o seu
momento histórico. Que é o de
um mundo coalhado de tantas
imagens que elas acabam perdendo seu significado. Um
mundo que nos iguala a Bourne
e aos passageiros do vôo 93, todos nós perplexos diante do
fluxo dos acontecimentos.
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