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2008 começa em alta para filme nacional
DA REPORTAGEM LOCAL
"Meu Nome Não É Johnny",
o primeiro longa brasileiro a estrear em 2008 (em 4/1), teve
animadora performance nas
bilheterias. Foi visto por 151
mil pessoas no fim de semana,
com média de 1.482 espectadores por cópia -resultado característico de grandes sucessos.
Mas não é nos números que o
diretor Mauro Lima, 40, tem se
fixado, para dimensionar o êxito de seu filme. "Não me dou
bem com a coisa no papel, na
planilha. Gosto de entender [o
sucesso do filme], quando me
dizem que foram vê-lo no cinema e voltaram para trás, porque a sessão estava lotada."
Lima é cauteloso sobre as razões da popularidade de "Meu
Nome Não É Johnny". "Se eu
soubesse o segredo, estaria com
meus próximos oito filmes garantidos." Mas ele estima que
"talvez seja a atualidade desse
assunto nos centros urbanos" o
principal chamariz do longa.
"Meu Nome Não É Johnny",
protagonizado por Selton Mello, é baseado na biografia do
produtor musical carioca João
Guilherme Estrella, 46, que,
pertencendo à classe média alta carioca, passou de usuário a
traficante de drogas na juventude e foi condenado à internação em hospital psiquiátrico.
"Pouco previsível"
Apesar da performance positiva do filme brasileiro que
inaugurou as bilheterias em
2008, a expectativa de boa parte do mercado é que o desempenho do produto nacional
neste ano repita o de 2007.
"Estimamos aproximadamente o mesmo número de público", afirma o executivo da
Cinemark, Valmir Fernandes.
O secretário do Audiovisual,
Silvio Da-Rin é mais reticente.
"O cinema tem flutuações muito grandes. O êxito dos filmes é
muito pouco previsível", diz.
O diretor José Padilha, autor
do filme brasileiro líder de bilheteria em 2007 ("Tropa de
Elite", 2,4 milhões) acha que a
queda total de bilheterias no
ano passado (de 2,9%, ou 2,5
milhões de espectadores) "não
indica uma tendência".
Padilha diz que "variações
percentuais pequenas como esta podem decorrer de fenômenos que não têm a ver com a
economia do cinema".
O cineasta cita como possível
causa dessa queda a pirataria
que atingiu "Tropa de Elite" antes de sua estréia nos cinemas.
"Na opinião dos distribuidores e exibidores em geral, se a
pirataria não tivesse ocorrido, o
filme teria feito um público
bem maior em cinema. Talvez,
mais do que 2,5 milhões [além
do que fez]. Assim, é possível
que esta queda resulte, entre
outras coisas, do ato de duas
pessoas que roubaram o DVD
de um filme [e o destinaram à
pirataria]", afirma Padilha.
(SA)
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