São Paulo, segunda, 12 de janeiro de 1998.




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VÍDEO LANÇAMENTOS
Detonando a América

da Redação

Depois de exportar de carros a tecnologia, de comida a modo de vida, os Estados Unidos agora mostram seus novos heróis.
Não, eles não vestem capas vermelhas e roupas de morcego, nem andam pelas paredes ou voam pelos ares. Os novos ídolos da América são dois garotos franzinos com camisetas de bandas de rock e um radialista feio e brega.
Beavis e Butt-Head conquistaram os EUA -e o mundo- proferindo comentários monossilábicos -"cool" (legal) e "it sucks" (que saco) são os preferidos- e idiotas sobre videoclipes, fazendo uma série de maldades de moleque e pensando somente em TV e sexo -apesar de serem virgens.
Howard Stern partiu de uma rádio do interior para Nova York, contratado pela rede NBC. Conquistou o país com um programa recheado de piadas grosseiras.
Os brasileiros que não tiveram a oportunidade de assistir aos desenhos da duplinha de garotos na MTV e que nunca puderam ir aos EUA e ouvir Stern têm sua chance de conhecê-los agora, quando os filmes "Beavis e Butt-Head Detonam a América" e "O Rei da Baixaria" chegam às videolocadoras.
No primeiro, a dupla de animação criada por Mike Judge -que também faz as vozes dos dois moleques- não deixa pedra sobre pedra por onde passa em "tour" pelo país atrás de sua TV roubada.
No segundo, Howard Stern interpreta a si mesmo, baseando-se em seu livro autobiográfico "Private Parts". O radialista fala sem pudores de sua vida particular, incluindo casamento e filhos.
Em ambos, a face mais crua da América pode ser vista. E, dado o sucesso dos três rapazes, é possível imaginar que, apesar de conterem críticas ao atual modo de vida norte-americano -e mundial, se considerarmos a influência do "American way" nos outros países-, eles podem provocar, na verdade, identificação. Quantos Beavis, Butt-Heads e Howard Sterns não existem por aí?



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