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Canal Brasil celebra folia em filmes
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
"O Jamelão não gosta de ser
chateado", ensina Nelson Sargento, companheiro de Mangueira. O
famoso mau humor do cantor é
um dos temas de "Jamelão, 90
Anos", documentário inédito de
Marco Altberg que será exibido
nesta terça, às 20h, no primeiro
dia da programação de Carnaval
do Canal Brasil -que vai até 24/2.
Tão consagrado é o seu mau humor que surpreende a disposição
de Jamelão de dar uma longa entrevista ao diretor. Mas é como ele
mesmo explica no filme: "Só vou
aonde eu quero". Altberg já o conhecia da época de "Mangueira
Documental" (2000), que passará
nos dias 21 e 22, às 17h30.
A entrevista é o fio condutor de
um documentário que gasta muito tempo com as homenagens aos
90 anos de Jamelão, completados
em maio de 2003. Mas há bons
trechos de depoimentos de Sargento, Leci Brandão e Chico Buarque. "O Jamelão tem o tempo dele. É preciso respeitar", diz Chico
sobre o tal humor.
Ainda há pedaços que mostram
o outro lado de Jamelão: o do contador de histórias engraçadas. Em
um show gravado em 2003, ele
conta algumas, como a recusa em
receber um selinho na boca da
apresentadora Hebe Camargo.
"Na época em que era para valer,
ela não quis", diz, referindo-se aos
tempos de juventude.
A programação tem mais quatro documentários inéditos, que
formam uma série dirigida por
Alexandre Iglesias. "Escola de
Bamba", que será exibido na
quarta-feira, às 19h30, é um bom
painel sobre a história das escolas
de samba: dos pioneiros do bairro
do Estácio que criaram a Deixa
Falar -na verdade, um bloco,
mas que deu origem às escolas-
à espetacularização dos desfiles
das últimas décadas.
O filme, de 26 minutos, termina
mal, com uma tediosa história
contada por Neguinho da Beija-Flor, mas tem ótimos depoimentos de Martinho da Vila, Monarco, líder da Velha Guarda da Portela, Aluísio Machado, autor de
"Bum Bum Paticumbum Prugurundum" e outros sambas do Império Serrano, Hélio Turco, maior
vencedor da história da Mangueira, o carnavalesco Fernando Pamplona e outros. Imagens de antigos desfiles são o maior charme
do documentário.
Os outros da série são "Bonde,
Um Bloco Carnavalesco", "Madrinhas do Carnaval" e "Samba
de Partido Alto". Este serve como
introdução a esse subgênero do
samba, mas não aprofunda.
Composta de 29 títulos, a maioria documentários, a programação também tem filmes de ficção,
como chanchadas dos anos 50,
"Quando o Carnaval Chegar"
(1972), de Cacá Diegues, e "Dona
Flor e Seus Dois Maridos" (1976),
de Bruno Barreto.
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