São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 2006

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COLEÇÃO FOLHA

Obras são executadas pela Royal Philharmonic

Gershwin, Ravel e Debussy são as atrações do próximo volume

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O volume da semana que vem da Coleção Folha de Música Clássica mostra a vitalidade do meio musical parisiense da primeira metade do século 20. A Royal Philharmonic Orchestra executa obras de Gershwin, Ravel e Debussy.
George Gershwin era norte-americano e foi em sua Nova York natal que ele obteve sucesso como compositor de musicais, imortalizando-se com canções como "Someone to Watch Over Me", "Embraceable You" e "S'Wonderful", entre centenas de outras.
Contudo, foi a Paris que Gershwin se voltou para tentar conseguir reconhecimento como compositor de música de concerto. Na capital francesa, ele conheceu alguns dos principais autores em atividade na época, como Stravinski; tentou ter aulas com a cultuada Nadia Boulanger e arrumou inspiração para "Um Americano em Paris", na qual ele tenta descrever as impressões de um turista americano na cidade-luz, acrescentando à orquestração da peça, para efeito de verossimilhança, as buzinas de quatro táxis parisienses.

Ravel
Um dos compositores dos quais Gershwin se aproximou foi Maurice Ravel, refinado orquestrador, que escreveu seu célebre "Bolero" sob encomenda da dançarina Ida Rubinstein, em 1928.
De estrutura simples -um ritmo "hispânico" estilizado, que vai se repetindo e passeando pelos diversos naipes da orquestra, com crescimento de intensidade-, o "Bolero" ganhou uma popularidade surpreendente até mesmo para seu próprio autor, que chegou a descrevê-lo uma vez como "vide de musique" ("desprovido de música").

Debussy
Treze anos mais velho que Ravel, Claude Debussy é considerado por especialistas, como Paul Griffiths, o compositor que começou a música moderna, em 1894, com o "Prélude à l'Aprés-Midi d'un Faune", baseado em poema de Mallarmé. Uma revolução musical, mas não ruidosa, e, sim, feita com luvas de pelica: no sutil colorido da peça, Debussy projeta a liberdade harmônica e formal que seriam a base da música do século seguinte.


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