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COLEÇÃO FOLHA
Obras são executadas pela Royal Philharmonic
Gershwin, Ravel e Debussy são as atrações do próximo volume
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O volume da semana que vem
da Coleção Folha de Música Clássica mostra a vitalidade do meio
musical parisiense da primeira
metade do século 20. A Royal Philharmonic Orchestra executa
obras de Gershwin, Ravel e Debussy.
George Gershwin era norte-americano e foi em sua Nova
York natal que ele obteve sucesso
como compositor de musicais,
imortalizando-se com canções
como "Someone to Watch Over
Me", "Embraceable You" e
"S'Wonderful", entre centenas de
outras.
Contudo, foi a Paris que Gershwin se voltou para tentar conseguir reconhecimento como compositor de música de concerto. Na
capital francesa, ele conheceu alguns dos principais autores em
atividade na época, como Stravinski; tentou ter aulas com a cultuada Nadia Boulanger e arrumou inspiração para "Um Americano em Paris", na qual ele tenta
descrever as impressões de um turista americano na cidade-luz,
acrescentando à orquestração da
peça, para efeito de verossimilhança, as buzinas de quatro táxis
parisienses.
Ravel
Um dos compositores dos quais
Gershwin se aproximou foi Maurice Ravel, refinado orquestrador,
que escreveu seu célebre "Bolero"
sob encomenda da dançarina Ida
Rubinstein, em 1928.
De estrutura simples -um ritmo "hispânico" estilizado, que vai
se repetindo e passeando pelos diversos naipes da orquestra, com
crescimento de intensidade-, o
"Bolero" ganhou uma popularidade surpreendente até mesmo
para seu próprio autor, que chegou a descrevê-lo uma vez como
"vide de musique" ("desprovido
de música").
Debussy
Treze anos mais velho que Ravel, Claude Debussy é considerado por especialistas, como Paul
Griffiths, o compositor que começou a música moderna, em 1894,
com o "Prélude à l'Aprés-Midi
d'un Faune", baseado em poema
de Mallarmé. Uma revolução musical, mas não ruidosa, e, sim, feita
com luvas de pelica: no sutil colorido da peça, Debussy projeta a liberdade harmônica e formal que
seriam a base da música do século
seguinte.
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