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Crise global sobe ao palco de Curitiba
Um dos principais eventos de artes cênicas do país, festival paranaense pode ficar sem patrocínio da Petrobras
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise econômica entra em
cena na 18ª edição do Festival
de Curitiba, um dos mais importantes do calendário de artes cênicas do país, que acontece entre 17 e 29 de março.
Até aqui uma das principais
patrocinadoras do evento, a Petrobras desta vez não confirmou o financiamento -fato
que o festival espera reverter. A
estatal deu em 2008 R$ 350 mil
ao evento, de um orçamento total de R$ 2,8 milhões. A empresa afirmou que "falta tempo hábil para contratar o festival".
Isso porque o anúncio do plano estratégico quinquenal da
estatal, normalmente feito em
outubro, foi adiado para janeiro, para que fosse possível avaliar os desdobramentos da crise
econômica deflagrada em setembro passado. Só a partir de
janeiro, portanto, o planejamento das ações de patrocínio
começou a tomar forma.
Além da Petrobras, o rol de
patrocinadores do festival pode
ter outros dois desfalques. O diretor-geral do evento, Leandro
Knopfholz, diz que, em razão
disso, o orçamento agora deve
ser 20% menor do que 2008.
Os principais cortes, indica
ele, serão em comunicação e
programação -que seria acompanhada por 15 observadores
estrangeiros convidados, número agora reduzido a quatro.
Destaques
Na lista de espetáculos já
confirmados, destaca-se a primeira montagem brasileira de
"Rock'n'roll", de Tom Stoppard
("Rosencrantz e Guildenstern
Estão Mortos"). A peça contrapõe o idealismo de um professor marxista à vivência empírica do comunismo por um jovem na ex-Tchecoslováquia.
Do Chile vem "Sin Sangre",
fusão radical de teatro e cinema
que narra uma história de vingança. Cenas iniciadas no palco
reverberam na tela, e vice-versa, num hibridismo que joga
com a percepção da plateia.
A carioca Cia. dos Atores leva
ao Paraná quatro títulos do
projeto "Auto-Peças", com que
celebra seus 20 anos. Já a Armazém Cia. apresenta "Inveja
dos Anjos", recordista de indicações ao Prêmio Shell-Rio.
Shakespeare comparece com
"Medida por Medida", por Gilberto Gawronski, e "Muito Barulho por Quase Nada", da potiguar Clowns de Shakespeare.
Espetáculos em cartaz ou
que cumpriram temporada há
pouco em São Paulo também
estão escalados: "Histórias de
chocar - Ensaios de Amor",
"Lady Chatterley", "Calígula",
"A Mulher que Ri", "Aquela
Mulher" e "A Cabra". A banda
nova-iorquina Scissor Sisters
fecha o festival.
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