São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

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Crise global sobe ao palco de Curitiba

Um dos principais eventos de artes cênicas do país, festival paranaense pode ficar sem patrocínio da Petrobras

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise econômica entra em cena na 18ª edição do Festival de Curitiba, um dos mais importantes do calendário de artes cênicas do país, que acontece entre 17 e 29 de março.
Até aqui uma das principais patrocinadoras do evento, a Petrobras desta vez não confirmou o financiamento -fato que o festival espera reverter. A estatal deu em 2008 R$ 350 mil ao evento, de um orçamento total de R$ 2,8 milhões. A empresa afirmou que "falta tempo hábil para contratar o festival".
Isso porque o anúncio do plano estratégico quinquenal da estatal, normalmente feito em outubro, foi adiado para janeiro, para que fosse possível avaliar os desdobramentos da crise econômica deflagrada em setembro passado. Só a partir de janeiro, portanto, o planejamento das ações de patrocínio começou a tomar forma.
Além da Petrobras, o rol de patrocinadores do festival pode ter outros dois desfalques. O diretor-geral do evento, Leandro Knopfholz, diz que, em razão disso, o orçamento agora deve ser 20% menor do que 2008.
Os principais cortes, indica ele, serão em comunicação e programação -que seria acompanhada por 15 observadores estrangeiros convidados, número agora reduzido a quatro.

Destaques
Na lista de espetáculos já confirmados, destaca-se a primeira montagem brasileira de "Rock'n'roll", de Tom Stoppard ("Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos"). A peça contrapõe o idealismo de um professor marxista à vivência empírica do comunismo por um jovem na ex-Tchecoslováquia.
Do Chile vem "Sin Sangre", fusão radical de teatro e cinema que narra uma história de vingança. Cenas iniciadas no palco reverberam na tela, e vice-versa, num hibridismo que joga com a percepção da plateia.
A carioca Cia. dos Atores leva ao Paraná quatro títulos do projeto "Auto-Peças", com que celebra seus 20 anos. Já a Armazém Cia. apresenta "Inveja dos Anjos", recordista de indicações ao Prêmio Shell-Rio.
Shakespeare comparece com "Medida por Medida", por Gilberto Gawronski, e "Muito Barulho por Quase Nada", da potiguar Clowns de Shakespeare.
Espetáculos em cartaz ou que cumpriram temporada há pouco em São Paulo também estão escalados: "Histórias de chocar - Ensaios de Amor", "Lady Chatterley", "Calígula", "A Mulher que Ri", "Aquela Mulher" e "A Cabra". A banda nova-iorquina Scissor Sisters fecha o festival.


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