São Paulo, quinta, 12 de fevereiro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice POR QUE ELAS GRITAM
"Não me lembro do motivo, não. Só sei que gritei com força, e a tia fotografou. Talvez não tivesse nenhuma razão séria para berrar naquele dia. Mas hoje é diferente. Podia dar um grito bem alto, de raiva. A casa-abrigo onde morei durante três anos acabou de fechar. Fui transferida para outra casa e perdi contato com meus amigos. Estou sozinha e muito brava." E.C., 13, que vive em uma casa-abrigo do Estado, na zona sudeste de São Paulo. A Folha a entrevistou anteontem de manhã. "Queria sair na foto. A tia, então, me pediu para gritar. Eu não estava triste nem emburrada. Berrei de brincadeira." D.G.R.S., 3, que mora com a mãe e quatro irmãos em uma casa abandonada na zona sudoeste de São Paulo. Conversou com a Folha na segunda-feira à tarde. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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