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São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2003

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Em terra de cego...


Produtor-executivo de "Demolidor" e presidente da Marvel Studios diz como tirou a empresa do vermelho


DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A resposta sempre esteve na ponta da língua de Avi Arad, 55, mas poucos se deram ao trabalho de ouvi-lo. De sócio da fabricante de brinquedos Toy Biz a principal acionista da Marvel Enterprises, o empresário israelense é hoje o herói de carne e osso da casa dos personagens Homem-Aranha, X-Men e Demolidor, o herói cego que pré-estréia no Brasil amanhã.
Vitorioso em uma longa batalha judicial que viu as vendas das revistas em quadrinhos despencarem e tirou o controle da Marvel do acionista e especulador Carl Icahn, em meados de 1998, Arad vem colocando em prática, desde então, sua principal filosofia: a melhor forma de vender os personagens é fazendo com que as pessoas falem deles ou, em outras palavras, transformando-os em megaproduções de Hollywood.
Dito e feito. Primeiro foi "Blade", quase um teste com um dos personagens mais obscuros da Marvel Comics, interpretado por Wesley Snipes. Custou US$ 45 milhões, rendeu US$ 70 milhões, noves fora, abriu espaço para outras investidas e ganhou uma continuação no ano passado. Seguiram-se "X-Men" (custo US$ 75 mi, renda US$ 157 mi) e o recordista de bilheterias "Homem-Aranha", que praticamente se pagou (US$ 139 mi) em sua semana de estréia, em maio de 2002, e rendeu à Casa das Idéias US$ 1,4 bilhão entre cinema e DVD.
"Desde que assumimos [Arad e seu sócio na Toy Biz, o também israelense Ike Perelmuter] a companhia, passamos a explorá-la como uma empresa de entretenimento. Fizemos cinco filmes, e cada um se provou uma ótima franquia", disse em entrevista à Folha o mais novo magnata de Hollywood, recém-reconhecido pela "Entertainment Weekly" como um dos 50 principais executivos da indústria de cinema, ao lado de Steven Spielberg, sócio da Dreamworks, e Harvey Weinstein, da Miramax. As outras duas produções a que Arad se refere são "Demolidor", que estreou há quase um mês nos EUA, e "The Hulk", previsto para 20 de junho.
Na ponta do lápis: os mesmos US$ 2 bilhões que a Marvel devia para banqueiros e investidores em 1995, quando a mais agressiva de suas ações era estampar a máscara do "amigo da vizinhança" no verso de caixas de cereais de café da manhã, equivaleram em 2002 à renda obtida pela companhia só em seu setor de licenciamento (bonecos, videogames etc.). Comparado a 2001, o setor cresceu mais 99%. Um sucesso, como insiste Arad, que não está no gibi.


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