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POPLOAD
Brazil
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Deviam proibir em contrato
essa história de artista internacional fazer "homenagens" ao
Brasil quando vêm tocar por aqui.
Das duas horas em que o superDJ
Fatboy Slim tocou no domingo
passado, no Rio, mais da metade
tinha gracinhas como "Copacabana", a original do "Utererê",
"Garota de Ipanema".
Até a voz do Velosão foi usada.
Brasileirismos fora, apenas por
duas vezes o mega Norman Cook
fez jus ao seu gordo cachê para
trazer ao Rio sua audaciosa festa
Big Beach Boutique. Primeiro ao
tocar a deliciosa "Hear My Name", o hino eletrônico destes tempos na Inglaterra, do DJ Armand
van Helden.
Mexida por Cook, com aquela
lua de fundo e o Pão de Açúcar
iluminado, foi perfeito. Depois, aí
sim, ao mostrar sua versão para a
"internacional" "Quem que Cagüetô", do Tejo, Speed e Black
Alien, a "nossa" música do comercial da Nissan européia.
Bello Mutantes
Pensando nesse irritante agradinho gringo ao Brasil, esta coluna
entrevistou quarta o músico Steve
Jackson, do Belle & Sebastian, cujo valioso DVD retrospectiva está
sendo lançado nesta semana no
Brasil, pela Trama. É o ótimo
"Fans Only", destinado para
aqueles que estão representados
no título. Quando o grupo veio ao
Brasil, nos calorosos shows do
Free Jazz Festival em 2001, a grande bossa em cima da banda era a
versão escocesa para "Minha Menina", canção dos Mutantes, que
o B&S dizia adorar e tal. Todos
noticiaram.
A banda tocou "Minha Menina" em um especial da MTV, nos
dois shows do festival (Rio e SP) e
foi tema de um bloco inteiro do
programa do Jô Soares, que está
na íntegra no DVD. Cantaram em
português, com um papel com a
letra na mão e tal. Baita boa vontade. Mas a presepada de sempre.
No final da entrevista, perguntei
se ele já sabia cantar "Minha Menina" sem ter que ler no papel. Ele
falou que não, imagina. Perguntei: vocês nunca mais cantaram a
música, em nenhuma outra ocasião? Ele: "Não. Nunca mais. No
Brasil até comprei um disco do
grupo da música, mas acho que
perdi na viagem. Nunca mais o
vi". Ele claramente não lembrava
mais o nome dos Mutantes. Mesmo com "Minha Menina" tendo
ganhado um grande espaço para a
"homenagem brasileira" nesse
DVD que sai. Nunca soube que o
Sepultura foi fazer shows em festivais ingleses e tocou "She Loves
You", dos Beatles.
Ryan Adams
O guitar-hero indie Ryan
Adams está copiando o Jack White, do White Stripes. Postou no site dele fotos punk e imagens de
raios X do seu pós-operatório.
Como White fez quando fraturou seu dedo no ano passado,
Adams, que quebrou o pulso durante uma queda em pleno show,
em Liverpool, revelou seu lado
"E.R." em foto e vídeo. E, melhor
que o guitarrista do White Stripes,
Adams mostrou a quebra em som
também. No seu site (www.ryan-adams.com), ele liberou para audição a música "Shadowlands",
ao vivo em Liverpool, que estava
sendo interpretada pelo guitarrista no instante em que caiu do palco e fraturou feio o pulso esquerdo. Ouve lá.
A música vai chegando ao fim e
você ouve o "tum". Acho que o
próprio Adams fala "quebrou". E
a canção continuou, esquálida,
sem Adams. No final, uma voz
aparece e diz que aquela havia sido a última música da apresentação. Adams pode perder até 25%
dos movimentos do pulso.
lucio@uol.com.br
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