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MULTIMÍDIA
Evento em NY discute Lispector
DA REDAÇÃO
A obra de Clarice Lispector vai
ser discutida em Nova York amanhã em debate que ocorrerá no
Center for Jewish History, informou o jornal "New York Times"
em sua edição de ontem. Além de
Gregory Rabassa, tradutor de Lispector para o inglês, haverá a participação do professor de literatura comparada Earl Fitz, da Vanderbilt University.
Segundo o jornal, "após a morte
de Lispector por câncer, em 1977,
aos 56 (mais ou menos), adquiriu
a mística de uma personagem que
ela mesma poderia ter criado: a de
uma mulher bonita que era intensa, filosófica, idiossincrática, trágica e obscura em fatos mundanos, como sua data exata de nascimento".
Rabassa (1922) também é o tradutor de Gabriel García Márquez
e Jorge Amado. No seu livro de
memórias "If This Be Treason"
(se for uma traição), a ser publicado em abril, ele descreve seu primeiro encontro com Lispector, há
40 anos. "Fiquei pasmo ao encontrar uma pessoa ímpar que parecia Marlene Dietrich e escrevia como Virginia Woolf", declarou.
Para Fitz, Lispector "era uma
mentirosa incorrigível". Ele se declarou obcecado com sua obra
desde que leu "A Maçã no Escuro", em 1971. Boa parte de sua carreira acadêmica é dedicada à escritora. Já escreveu dois livros sobre ela, que também ocupa um lugar de destaque em sua nova
obra, na qual está trabalhando.
Para o "New York Times", a escritora podia ser bem divertida, o
que pode ser conferido em suas
crônicas. "Esse gênero é uma especialidade brasileira, uma coluna de jornal que permite a poetas
e escritores maior liberdade."
O escritor gaúcho e colunista da
Folha Moacyr Scliar declarou que
"ela não negava seu judaísmo,
mas não o acentuava. A razão pela
qual isto ocorreu ainda está em
discussão aqui no Brasil". O evento incluirá entrevista que a escritora concedeu em 1977. Na gravação, afirma: "quando não escrevo,
estou morta". "Lispector morreu
logo após a entrevista, mas quase
30 anos depois sua obra permanece atual", concluiu o jornal.
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