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COLEÇÃO FOLHA
"La Bohème" e "Madama Butterfly" estão no CD
Volume destaca popularidade das óperas de Giacomo Puccini
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O vigor da ópera italiana é o tema da Coleção Folha de Música
Clássica no domingo que vem.
Completamente dedicado a Giacomo Puccini (1858-1924), o volume traz trechos das óperas "La
Bohème" e "Madama Butterfly".
Puccini conheceu, na Itália, o
brasileiro Antonio Carlos Gomes
(1836-1896) e começou a compor
quando Giuseppe Verdi (1813-1901) ainda estava na ativa, e autores como Ruggero Leoncavallo
(1858-1919) e Pietro Mascagni
(1863-1945) procuravam levar ao
palco "a vida como ela é", na escola conhecida como verista.
Puccini conseguiu uma popularidade superior a todos os veristas, graças a uma linguagem musical original, que incorporou as
pesquisas harmônicas e orquestrais da escola germânica de Richard Wagner (1813-1883), sem
perder o melodismo italiano.
Basta ver o que aconteceu com
"Scènes de la Vie de Bohème",
obra literária de Henry Murger
ambientada na boemia artística
parisiense do Quartier Latin, em
1830. Puccini e Leoncavallo, quase
simultaneamente, adaptaram-na
para os palcos: enquanto a "Bohème" do último permanece desconhecida, a do primeiro se tornou
uma das óperas mais aclamadas
de todos os tempos.
"La Bohème" é de 1896; "Madama Buttefly" foi composta oito
anos depois, tendo como base a
peça teatral homônima de David
Belasco. A trama fala de Pinkerton, um marinheiro americano
que faz turismo sexual no Japão,
abandonando grávida sua mulher
oriental para se casar com uma
compatriota sua, nos EUA.
O exotismo musical estava em
voga, e Puccini lança mão de melodias nipônicas, além de efeitos
de orquestração e harmonia, para
construir uma ambientação que
tivesse sabor de Oriente para os
ouvidos ocidentais de sua época.
Para além dos maneirismos "japoneses", Butterfly conquista pela
caracterização da personagem-título, que começa a ópera como
adolescente ingênua e termina como uma mulher madura, disposta a sacrificar sua vida em prol da
felicidade de seu filho. O momento-chave desta transformação é a
dramática ária do segundo ato
"Un Bel dì Vedremo", "tour de
force" na qual ela descreve a volta
imaginária de Pinkerton para os
seus braços.
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