São Paulo, sábado, 12 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Não quero ser novo Bono, diz vocalista da banda National

Após apoiar candidatura de Obama, o engajado Matt Berninger se diz frustrado com o governo americano

Grupo vem ao Brasil pela segunda vez em 5 de abril para divulgar seu novo álbum, "High Violet", do ano passado

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

Em 2008, quando esteve no Brasil pela primeira vez, o vocalista do National, Matt Berninger, 40, era um dos maiores apoiadores da candidatura de Barack Obama.
A banda de Ohio, atualmente baseada em Nova York, sempre foi engajada em política e acabou criando a trilha sonora perfeita para aquele momento de desesperança nos EUA.
Na época, Obama usou o hit "Fake Empire" em vídeos da campanha e na convenção do Partido Democrata -um dos momentos mais cruciais da candidatura.
Dois anos depois, o vocalista Matt Berninger, 40, disse em entrevista à Folha que não está exatamente "curtindo" o governo Obama.
A banda toca no Brasil pela segunda vez em 5 de abril, no Citibank Hall, em São Paulo, para divulgar o aclamado "High Violet". Leia a seguir trechos da entrevista.

 


Folha - Desde que vocês estiveram aqui, muita coisa mudou na sua vida. Você teve uma filha, Isla, 2.
Matt Berninger -
Passei a me preocupar mais com o mundo em que minha filha vai viver quando crescer. Nas músicas, falo sobre a história de um homem e suas conquistas pessoais.

A banda também ficou maior...
Demorou muito até que as pessoas nos conhecessem. "High Violet" é um passo maior. Estamos tocando para 50 mil pessoas e ainda conseguimos uma sensação de shows menores. Aprendemos muito quando fizemos turnê com o R.E.M.

Naquela época, vocês apoiavam a candidatura de Obama. Está gostando do governo dele?
Eu não diria que estou "curtindo". Estou frustrado e decepcionado, assim como todos os que o apoiavam. Os EUA ainda são um país muito conservador. Ainda há cicatrizes do governo Bush e vai levar tempo até que tudo se ajeite por lá.

Você também acompanha a política internacional? Tem lido sobre a Líbia?
Tenho sim, e estou achando um absurdo essa história toda. Mas acho que, depois da tempestade, virá um momento bom. Só assim poderemos viver em um mundo melhor. Mas não quero ser um novo Bono (risos). Admiro muito o trabalho humanitário que ele faz, só não quero me envolver tanto.

Você me parece sério, focado, mas os clipes da banda estão mais irônicos.
Sim (risos). É intencional. Queremos que as pessoas vejam que não somos só um bando de caras sérios. Não quero que pensem que eu sou deprimido. As letras que escrevo não são mais tão tristes, são reflexivas.

E quais são os planos para o National agora?
Temos vários shows marcados, mas acho que no final do ano vamos dar um tempo. Tenho escrito músicas, mas não nos vejo gravando até o ano que vem.

THE NATIONAL

QUANDO 5 de abril, às 21h30
ONDE Citibank Hall, al. Jamaris, 213, tel. 0/xx/11/4003-6464
QUANTO de R$ 140 a R$ 300
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


Texto Anterior: Teatro: Monólogo "O Terceiro Sinal" tem quatro sessões grátis a partir de hoje
Próximo Texto: Allan Sieber estreia tira diária na Ilustrada
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.