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"Desbravamento" gera mostra
especial para a Folha
Quatro salas da exposição que
será aberta ao público amanhã foram concebidas a partir de expedições. De acordo com o diretor do
Instituto Itaú Cultural e curador
geral do evento, Ricardo Ribenboim, a intenção foi refazer caminhos que marcaram a história do
país: "Não foi por acaso que escolhemos os caminhos do mar e do
sertão. São os caminhos da descoberta, da entrada no Brasil".
O Caminho do Mar foi percorrido por um grupo de 11 artistas
-pintores, escultores, desenhistas e fotógrafos-, coordenado
pelo crítico de arte Agnaldo Farias.
O grupo trilhou a antiga Calçada
do Lorena, caminho traçado no
século 16, quando era a única ligação entre as vilas de Santos e São
Paulo. Dessa experiência resultou
a sala Terra e Mar à Vista.
Um segundo grupo, formado
por artistas e pesquisadores, coordenado pela gerente de pesquisa
do Itaú Cultural, Flávia Aidar, tomou o rumo do sertão, tendo como guia o conto "O Recado do
Morro", de Guimarães Rosa.
A viagem, definida como uma
expedição antropológica e alquímica, deu origem à sala O Recado
da Viagem -composta por vídeos, fotos, desenhos, gravações
de áudio, textos e mapas- e a um
curso e um livro, coordenados por
José Miguel Wisnik e incluídos na
programação do evento.
A expedição ao sertão resultou,
além disso, na sala Viagem Virtual, onde os visitantes poderão
-com o auxílio de óculos especiais- percorrer o interior das
grutas do Maquiné, da Lapinha e
Rei do Mato. De acordo com o gerente de difusão cultural do Instituto, Bruno Assami, a tecnologia
de realidade virtual disponível na
sala é inédita no Brasil.
A terceira expedição, do fotógrafo Antonio Saggese, foi seguir os
caminhos dos sem-teto. Pelos Estados de São Paulo e Mato Grosso
do Sul, a expedição encontrou e
acompanhou dois tipos de andarilhos: os "trecheiros", que percorrem grandes distâncias e não permanecem por muito tempo em
nenhum lugar, e os "pardais", que
habitam territórios restritos e perambulam pelas ruas das cidades.
Para Saggese, sua expedição é ao
território dos "sem-lugar", dos
"sem-país". Por tratar do não-lugar, Trecheiros e Pardais não fica
numa sala específica e se espalha
por todo o espaço da exposição.
O quê: exposição multidisciplinar do
evento Viagens
Quando: até dia 24; ter a sex, 10h às 21h,
sáb e dom, 10h às 19h
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