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RUÍDO
"Crise é de renovação de talentos", diz empresário
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Cancelamentos de datas
de shows ou até de temporadas têm se tornado mais comuns no circuito brasileiro. É
um movimento natural, segundo o administrador José Muniz
Neto, 44, da CIE Brasil (que controla, entre outros, o Credicard
Hall e o DirecTV Music Hall, em
São Paulo, e o ATL Hall, no Rio).
Mas há problemas, ele admite:
"A MPB vive uma crise de renovação artística e de talentos, que
decorre da crise nas gravadoras.
Talento sempre haverá, o que
falta é uma política de investimentos que abra condições de
surgimento de novos estilos".
Muniz responsabiliza também
a exploração voraz de talentos
individuais: "A falta de perspectivas faz com que cada artista tenha que fazer turnês constantes,
o que deteriora a qualidade do
trabalho e causa sua saturação".
Embora vivendo dos shows ao
vivo, ele faz restrições ao excesso
de CDs ao vivo no mercado:
"Existe um abuso por parte das
gravadoras ou um oportunismo
de quem dirige a carreira do artista, ou do próprio artista. Porque o formato faz sucesso, ele
acaba se mantendo naquilo por
mais tempo que devia e, fatalmente, perde público".
E os preços salgados de ingressos não afastam público? "O
preço é o mesmo desde o início
do Plano Real. A crise é do mercado consumidor", esguia-se.
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