São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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RUÍDO

"Crise é de renovação de talentos", diz empresário

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Cancelamentos de datas de shows ou até de temporadas têm se tornado mais comuns no circuito brasileiro. É um movimento natural, segundo o administrador José Muniz Neto, 44, da CIE Brasil (que controla, entre outros, o Credicard Hall e o DirecTV Music Hall, em São Paulo, e o ATL Hall, no Rio).
Mas há problemas, ele admite: "A MPB vive uma crise de renovação artística e de talentos, que decorre da crise nas gravadoras. Talento sempre haverá, o que falta é uma política de investimentos que abra condições de surgimento de novos estilos".
Muniz responsabiliza também a exploração voraz de talentos individuais: "A falta de perspectivas faz com que cada artista tenha que fazer turnês constantes, o que deteriora a qualidade do trabalho e causa sua saturação".
Embora vivendo dos shows ao vivo, ele faz restrições ao excesso de CDs ao vivo no mercado: "Existe um abuso por parte das gravadoras ou um oportunismo de quem dirige a carreira do artista, ou do próprio artista. Porque o formato faz sucesso, ele acaba se mantendo naquilo por mais tempo que devia e, fatalmente, perde público".
E os preços salgados de ingressos não afastam público? "O preço é o mesmo desde o início do Plano Real. A crise é do mercado consumidor", esguia-se.


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