São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2005

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TRECHO

"O COREANO"

"(...) Estava no segundo andar do pavilhão Quatro me preparando para almoçar quando me trouxeram um coreano forte (...). Ele, todo inquieto, andava de um lado para o outro sem parar. Camisa regata, forte, virado num ninja. Não demorou muito, caiu a noite e o tal coreano ainda não tinha falado qualquer palavra (...). Escutei alguns gritos à noite, mas no hospital isso era normal. Quando me soltaram, fui até a cela do coreano. Ele estava sentado com a mão na cabeça, como se estivesse doendo. (...) Fiquei ali com o rosto no guichê o que não era uma prática normal com pessoas com deficiência mental, já que era comum levar bandejada de comida, o que eles tiverem na mão atiram, mas o mano coreano não tinha nada na mão e também não parecia agressivo. Forte, mas não agressivo."

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