São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2010

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Viagem obscura

Banda escocesa traz lirismo e melancolia a shows no Brasil

Donald Milne/Divulgação
A partir da esq., lee Thomson, Tracyanne Campbell, Kenny McKeeve, Carey Lander, Gavin Dunbar

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Ironia, fofura, melodias pop, um pouco de melancolia. Junte tudo e você tem uma banda indie com boas chances de se tornar bem-sucedida. Fácil? No papel, sim; na prática, parece que apenas os escoceses sabem como misturar esses ingredientes na medida certa.
O quinteto Camera Obscura é mais um exemplo -Belle & Sebastian; Teenage Fanclub; Arab Strap; Travis...- de como a Escócia revela grupos que usam o pop-rock para exprimir lirismo, humor, tristeza.
Ao vivo, o Camera Obscura (Tracyanne Campbell, Gavin Dunbar, Carey Lander, Kenny McKeeve, Lee Thomson) se transforma em seis (com a adição do percussionitsa e trompetista Nigel Baillie).
A banda se apresentará pela primeira vez no Brasil nos próximos dias 26 e 27, no Studio SP, em São Paulo. No dia 28, tocam no Club Nox, em Recife.
"Na cena roqueira de Glasgow você reconhece algo em comum nas bandas, algo que fale de onde elas vêm", afirma a vocalista Carey Lander, por telefone. "Há um senso de comunidade nas bandas. Até porque várias pessoas tocam em várias bandas, os músicos se ajudam bastante. Acho que isso é o que conecta os grupos escoceses."
Para Lander, a quantidade de boas bandas que surgem na Escócia é inspiradora: "Os jovens têm confiança em montar uma banda porque há muitos bons grupos aparecendo por aqui".
Lander nunca colocou os pés no Brasil, mas diz que já ouviu "coisas boas" de seus amigos músicos que já passaram por aqui, como o Belle & Sebastian.
Tracyanne Campbell, vocalista e compositora do Camera Obscura, é ex-namorada de Stuart Murdoch, do Belle & Sebastian -Murdoch inclusive produziu o primeiro CD do CO, "Biggest Bluest Hi Fi" (2001).
"Até alguns anos atrás nós não nos sentíamos bem tocando ao vivo, ficávamos tensos, nervosos. Mas isso mudou. Ultimamente temos aproveitado mais e relaxado durante os shows", conta Lander.
Sobre as apresentações no Brasil, ela diz que deverão ser baseadas nos dois últimos álbuns da banda, "Let's Get Out of This Country" (06) e "My Maudlin Career" (09), discos que foram bastante elogiados no exterior (Pitchfork; "Guardian"; "Drowned in Sound").
Lander conta que Tracyanne Campbell é a principal compositora da banda. "Tracyanne escreve a maioria das músicas. Aí ela aparece com uma melodia básica e nós desenvolvemos juntos no estúdio. Normalmente passamos alguns meses produzindo. Quase todas as músicas são gravadas ao vivo, em ou ou dois "takes"."
Na estrada desde o final dos anos 1990, Lander compara o momento em que a banda começou e o atual: "Aconteceram muitas mudanças em toda a indústria da música. Antigamente você ficava conhecido de forma gradual. Hoje não, tudo está mais rápido e caótico".


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