São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2010

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"Alice" nacional ganha 2 telefilmes na TV paga

Dois anos depois, a HBO recupera personagem de garota que busca novo começo em São Paulo após a morte do pai

Programas com 90 minutos de duração têm direção de Sérgio Machado e Karim Aïnouz e entram em cartaz no segundo semestre


LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois anos depois, Alice mudou. Nada a ver com a criação de Lewis Carroll, tão em voga ultimamente depois da estreia do longa de Tim Burton.
Ela é apenas uma jovem de 20 e poucos anos em busca de um futuro, mas sem saber direito o que quer do mundo, nesta série homônima produzida pela HBO brasileira em parceria com a Gullane Filmes.
Após a primeira temporada, em que a morte do pai desencadeou uma viagem do Tocantins para São Paulo, a protagonista vive nova fase, em um relacionamento estável com o namorado Nicholas (Vinicius Zinn).
O canal transformou uma nova temporada (a primeira tem 13 episódios) em dois telefilmes de 90 minutos, com estreia no segundo semestre.
O primeiro tem direção de Karim Aïnouz ("Madame Satã"). O segundo, de Sérgio Machado ("Cidade Baixa"). "O ponto de partida é que Alice se sedentarizou", explica Aïnouz.
A engrenagem das filmagens, que terminaram em abril, fez com que Machado rodasse o final primeiro. É que ele lança um novo longa, "Quincas Berro D'Água" (leia nesta página).
"O tempo para fazer essa nova leva foi mais curto", conta Machado. "Em compensação, estamos mais relaxados. Já conhecemos o universo de Alice."
A atriz Andreia Horta, que vive a protagonista, também achou mais fácil reviver a personagem. "Já sei quem ela é, embora não seja mais a mesma. Agora está mais madura, com questões mais adultas. Acha que a felicidade está dentro de um protocolo. Quer casar, comprar um apartamento. Deposita no Nicholas seu projeto de vida, por isso não vai dar certo."
Zinn concorda: "Relacionamentos são complicados. E a diferença deles é o tempo".
O primeiro telefilme, formato raro na TV brasileira, é mais focado em relacionamentos. A Folha acompanhou um trecho das filmagens, no teatro Itália, no centro de São Paulo. É lá que Alice tenta montar uma peça.
Aïnouz diz que acrescentou toques fellinianos à série com "pessoas discutindo a relação, enquanto usam as máscaras do espetáculo". "Vira algo mágico, fora do realismo do cotidiano."
Depois, uma crise vai fazer Alice correr contra o relógio. "Vai ser crucial para ela."
Talvez seja o chacoalhão necessário para Alice crescer. E quem sabe ganhar uma nova temporada completa.


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