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Oriente inspirou coreógrafo
especial para a Folha
Apesar da afinidade com a tecnologia, Daniel Ezralow procura achar canais para a espiritualidade em seu espetáculo "Mandala" (referência ao círculo tântrico, símbolo do universo).
"A origem oriental do título inspirou-me a representar a existência
humana em suas diversas fases e
segundo um percurso ideal", diz.
"Trata-se de uma performance
multimídia não tanto pelo uso da
telecâmera e da tecnologia, mas
porque me sirvo de cada meio -a
imagem, o corpo e o sonho- para
exprimir minha percepção do
mundo."
Sobre a projeção ininterrupta de
filmes durante o espetáculo, explica: "A alma pensa por imagens.
Quando recordo meu passado,
lembro de pessoas, de ambientes,
mas não das palavras".
Com o espetáculo, Ezralow também acredita que encontrou um
novo modo de entender a dança.
"Trata-se de uma forma coreográfica que procura exprimir o
abstrato não mais através do balé
clássico, mas através de um envolvimento total dos sentidos. Em
'Mandala' procurei promover um
encontro contemporâneo de cada
elemento musical, pictórico e físico, que me permitisse criar um
movimento total, sensual e espiritual."
"Filme vivo", é como o bailarino e coreógrafo define "Mandala", cuja trilha sonora inclui músicas de vários compositores contemporâneos, como Brian Eno,
Harold Budd, Wim Mertens, além
de um clássico, o russo Alexander
Borodin. (AFP)
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