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Prodigy avança para
dominação mundial
CAMILO ROCHA
especial para a Folha
Nada menos que dominação
mundial. É o que o futuro reserva
para o quarteto inglês Prodigy, que
deve lançar "The Fat Of The
Land", seu terceiro disco, em todo
o mundo (Brasil incluso) por volta
de junho/julho deste ano.
Enquanto isso, para suprir uma
falha gritante de anos e aguar a boca dos novos fãs, que o grupo vem
ganhando em progressão geométrica, a gravadora Paradoxx lança
em duas semanas os dois primeiros álbuns do Prodigy. São eles,
"The Prodigy Experience", de 92,
e "Music For The Jilted Generation", de 94.
Se os alto-falantes do mundo estão sendo ganhos cada vez mais
pela eletrônica, o Prodigy é o nome
com mais cacife para liderar essa
conquista.
O grupo foi formado em 90 por
Liam Howlett (o principal cérebro
musical da banda), Keith Flint (o
ensandecido de cabelo "moicano
ao contrário" vermelho, o rosto
mais conhecido da banda), Maxim
Reality (o rapper/agitador irado) e
Leeroy (o dançarino esquelético).
O Prodigy apareceu no período
de pico das raves ao ar livre britânicas. Era uma época que ainda
não conhecia a fragmentação em
diversos estilos e gostos, nem a repressão pesada do governo e da
polícia. Era normal 20, 30 mil pessoas aparecerem numa festa só no
boca a boca. O som era o que na
época era conhecido como hardcore.
Mas o Prodigy nunca quis ficar
preso a uma cena ou a uma época.
Progressivamente, seu som foi incorporando influências de gêneros
como rock e thrash metal, enquanto a banda se esforçava em
conquistar novos públicos. Esse
esforço culminou na situação de
hoje, em que DJs e rádios de rock
tocam Prodigy e revistas de metal
os trazem na capa.
Escalada
Nos EUA eles estão prestes a estourar pra valer. Foram escalados
para o próximo Lollapalooza, vão
encabeçar uma extensa turnê eletrônica, a Organic Festival Tour, e
o clipe de "Firestarter" sobe na
rotação da MTV, enquanto o single escala a parada da Billboard.
Entre os fatores que garantem o
apelo universal do Prodigy estão
seu peso e barulho ("Breathe" é
quase grunge), para nenhum fã de
Sepultura botar defeito.
Por outro lado, a música do Prodigy nunca perde o balanço, garantido pelos seus baixos anabolizados e levadas suingadas.
A banda também arrebenta no
palco. Seu show combina presenças de palco magnéticas e divertidas, energia e volume ensurdecedor de rock e visuais insanos. Foi
assim que eles arrebataram platéias em festivais britânicos como
Glastonbury, Phoenix (onde tiveram que fazer dois shows), Reading e no histórico Knebworth,
abrindo para o Oasis.
"The Fat Of The Land" só deve
consolidar a dominação. O disco
terá participações de Crispian
Mills, do Kula Shaker, do "auteur" trip hop Dr. Octagon e da
cantora Saffron (Republica). É um
dos CDs mais esperados do ano.
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