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Brasil vai com água e pré-moldado
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil será representado na
Bienal de Arquitetura de Veneza
por fotografias, desenhos e maquetes de projetos e construções
dos arquitetos Paulo Mendes da
Rocha e João Filgueiras Lima, o
Lelé, cujas produções dialogam e
se complementam.
Capixaba radicado em São Paulo, Mendes da Rocha apresenta
três projetos ligados à água: uma
cidade-porto fluvial às margens
do rio Tietê; uma proposta de
reurbanização da esplanada do
Suá, na baía de Vitória; e um estudo de reurbanização da baía de
Montevidéu, no Uruguai.
Carioca radicado em Salvador,
João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, comparece com
suas "fábricas de cidades, escolas
e hospitais". O termo se refere ao
trabalho que o arquiteto desenvolve com pré-moldados, utilizados na produção em série de equipamentos urbanos (bancos, pontos de ônibus etc.), redes de escolas e hospitais.
Lelé é o responsável pela construção de todos os hospitais da rede Sarah Kubitschek pelo país
(em Brasília, Salvador, Fortaleza,
São Luís e Belo Horizonte).
"A nossa origem está na arquitetura moderna. Somos arquitetos modernos que absorvemos
por meio da experiência de Niemeyer, Artigas, Reidy e de outros
arquitetos brasileiros a influência
máxima de Le Corbusier", disse
João Filgueiras Lima à Folha.
"Lelé trabalha com questões
atuais e intensamente ligadas às
dificuldades do homem. Trata-se
de uma arquitetura que se faz
com as máquinas. É um trabalho
muito bonito e extremamente
criativo. Seu trabalho não tem diferença do meu. Trata-se do amplo espaço para a discussão da arquitetura como forma de conhecimento em todos os aspectos da
necessária construção do hábitat
do homem", disse Paulo Mendes
da Rocha à Folha.
A confluência do trabalho dos
dois arquitetos é possível da mesma forma que é possível a união
da teoria com a prática.
Enquanto Lelé se atém a questões técnicas, como a viabilidade
da construção e a manutenção de
edificações com fins sociais em
curto prazo, Mendes da Rocha
preocupa-se em repensar o uso e
não a função do projeto e em discutir a questão do homem contemporâneo perante a natureza.
A curadoria da representação
brasileira é da arquiteta Glória Bayeux e da historiadora Rosa Artigas, filha do arquiteto Vilanova
Artigas. O projeto de montagem é
do arquiteto Ernesto Tuneu.
(CF)
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