JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

A edição 2008 do Encontro Mistral, que terminou ontem em São Paulo, reuniu no hotel Hyatt 80 produtores que fazem parte do catálogo da importadora (tel. 0/xx/11/3372-3400). Eles serviram seus vinhos ao público durante três dias.
Houve bons exemplares do Novo Mundo, como o Vallontano Brut, um espumante gaúcho frutado e cremoso (85/100, R$ 39,50), ou o Amayna Syrah 2007, novo tinto da chilena Garcés Silva -provado em pré-estréia e que deve chegar em breve por aqui-, um belo vinho, tânico ainda, mas rico em fruta temperada com leve madeira (89/100).
Mas os que mais chamaram a atenção foram os goles europeus. Na ala espanhola, menção para a Ànima Negra, uma adega de Mallorca, e os seus tintos elaborados com cepas típicas daquela ilha do Mediterrâneo. Entre eles, o ÀN/2 2005, de uvas callet, mantonegre e fogoneu (com 15% de syrah), complexo, unindo fruta e toques balsâmicos, macio e longo (89/100, R$ 80,85).
No canto luso, Luis Pato, famoso pelos tintos, apresentou um belo branco: o Vinhas Velhas 2007, perfumado (pêssegos e especiaria), denso e com boa acidez (89/100, R$ 48,68). Na seção rubra, agradaram o Meruge 2004, da Lavradores de Feitoria, marcado por frutas vermelhas, redondo, com taninos finos (90/100, R$ 122,93), e outro Douro (também pré-estréia), o Poeira 2005, do enólogo Jorge Moreira, de aroma potente (cerejas, framboesas), paladar amplo, untuoso e persistente (92/100).
Um dos que brilharam entre os italianos foi o El Bosco 2004, da D'Alessandro, um syrah toscano estruturado, pleno de fruta, concentrado e sedoso (91/100, R$ 164,18).
Já no departamento francês, destaque para os sauvignon blanc 2006 de Pascal Jolivet, vinhos como o Attitude (pêras maduras, bom equilíbrio, 88/100, R$ 59,82) ou o Sauvage (frutas brancas, toque cítrico, 91/100, R$ 176,39), brancos elegantes, intensos e deliciosos.


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