São Paulo, sexta, 12 de junho de 1998

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Obra mantém certa distância dos Kennedys

de Nova York

O editor Blake Eskin resistiu ao carisma dos Kennedys, mantendo independência na organização do primeiro volume ainda que sob a tutela do mais charmoso membro do clã. Ainda assim, referências à família não faltam, sem exageros e quase sempre bem justificadas.
O próprio John Jr. merece uma breve referência na lista de familiares de presidentes que ganharam nomes em código do serviço secreto. Ele era "Lark", sua irmã Caroline foi batizada de "Lyric". Papai John era "Lancer" e mamãe Jacqueline, "Lace".
O livro resume a história da dinastia. O avô homônimo do presidente foi o primeiro parlamentar da família, ainda no século passado (1895). Representando a geração seguinte, Joseph P. Kennedy é incluído entre os pais de presidentes que ocuparam cargo público (foi embaixador na Grã-Bretanha, muito antes da ascensão do filho). John Fitzgerald Kennedy foi o 35º presidente dos EUA (1961-63).
O Congresso americano conta hoje com três de seus herdeiros: Edward "Ted" é um veterano senador pelo Partido Democrata, com mais de 50 anos de vida parlamentar. Seu filho Patrick e seu sobrinho Joseph 2º são deputados.
Eskin não oculta os podres da família. JFK está na lista dos presidentes que tiveram amantes ou disso foram acusados. Entre as supostas conquistas estão Angie Dickinson e Marilyn Monroe, duas secretárias da Casa Branca e uma amante do mafioso Sam Giancana.
A relação de escândalos sexuais que não encerraram carreiras políticas traz o célebre acidente de carro em Chappaquiddick, em 1969. Um embriagado "Ted" Kennedy, já senador, mas com pretensões à candidatura presidencial, dirigia o automóvel que caiu de uma ponte. Ele salvou-se, sua acompanhante, Mary Jo Kopchne, não. "Ted" manteve-se no Congresso, mas sepultou seu sonho pela Presidência.
A maior concessão ao culto dos Kennedys é o verbete dedicado aos principais atores que interpretaram membros da família -honraria reservada aos intérpretes de Lincoln, Nixon e Lyndon Johnson. Reconheça-se, contudo: é curioso saber que River Phoenix viveu Bob numa telessérie e que Martin Sheen interpretou tanto Bob (no cinema) quanto JFK (na TV). (AL)



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