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TEATRO
Arquiteto sugere apoio ao projeto Ágora, do Oficina
Julio Neves chama Zé Celso para conversar sobre empreendimento
DA REPORTAGEM LOCAL
O arquiteto Julio Neves se reuniu anteontem com o diretor José
Celso Martinez Corrêa, do teatro
Oficina, iniciando as negociações
entre o Grupo Silvio Santos e a
companhia teatral -depois do
impasse sobre a construção de
um shopping de lazer no quarteirão do teatro, no bairro da Bela
Vista, em São Paulo.
Neves convidou o diretor para
uma conversa em seu escritório e
disse que está disposto a fazer alterações no pré-projeto de construção do empreendimento comercial. Zé Celso foi acompanhado dos arquitetos Paulo Mendes
da Rocha e Edson Elito, que tentam manter, ao menos em parte, o
projeto idealizado por Lina Bo
Bardi (1914-92) para o entorno do
Oficina, tombado pelo patrimônio histórico há 18 anos.
Estava presente também o engenheiro Eduardo Velucci, da Sisan Empreendimentos Imobiliários. "Foi uma reunião de esclarecimento, de detalhamento do pré-projeto", afirma.
Velucci é porta-voz do Grupo
Silvio Santos, que pretende investir R$ 75 milhões no Bela Vista
Festival Center, como inicialmente foi batizado o projeto, nome
agora descartado.
O empreendimento, que os
idealizadores preferem não tratar
como shopping, vai abrigar salas
de cinema e de teatro, parque infantil e praça de alimentação, entre outras atrações. O pré-projeto
corresponde a uma área construída de 55 mil m2 e já foi aprovado
por dois órgãos de conservação
do patrimônio histórico -Condephaat (estadual) e Conpresp
(municipal).
O início das obras, previsto para
2001 (com conclusão em 2003),
depende de aprovação do projeto
final dos mesmos órgãos.
O encontro durou cerca de três
horas e aconteceu seis anos depois de uma primeira reunião entre as partes, em 94, no próprio
teatro Oficina.
Neves admite um recuo maior
do empreendimento (atualmente
sete metros) em relação à lateral
esquerda do Oficina, que requer
luz natural por causa da cobertura
de vidro.
O arquiteto também se mostrou
simpático ao projeto Ágora, que o
arquiteto Paulo Mendes da Rocha
concebeu no início da década e
não foi concretizado. Ele prevê
que a área em frente ao teatro, sob
um viaduto (atualmente um sacolão), seja transformada em espaço
para oficinas de cenografia e figurino, entre outras atividades.
Nos próximos dias, Mendes da
Rocha, Elito e o escritório de Neves vão elaborar um estudo arquitetônico sobre o projeto
Apesar da negociação para preservar parte do entorno do Oficina, Elito diz que "o resultado nunca será aquele pretendido antes da
existência do projeto".
(VALMIR SANTOS)
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