São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2000


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TEATRO
Arquiteto sugere apoio ao projeto Ágora, do Oficina
Julio Neves chama Zé Celso para conversar sobre empreendimento

DA REPORTAGEM LOCAL

O arquiteto Julio Neves se reuniu anteontem com o diretor José Celso Martinez Corrêa, do teatro Oficina, iniciando as negociações entre o Grupo Silvio Santos e a companhia teatral -depois do impasse sobre a construção de um shopping de lazer no quarteirão do teatro, no bairro da Bela Vista, em São Paulo.
Neves convidou o diretor para uma conversa em seu escritório e disse que está disposto a fazer alterações no pré-projeto de construção do empreendimento comercial. Zé Celso foi acompanhado dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Edson Elito, que tentam manter, ao menos em parte, o projeto idealizado por Lina Bo Bardi (1914-92) para o entorno do Oficina, tombado pelo patrimônio histórico há 18 anos.
Estava presente também o engenheiro Eduardo Velucci, da Sisan Empreendimentos Imobiliários. "Foi uma reunião de esclarecimento, de detalhamento do pré-projeto", afirma.
Velucci é porta-voz do Grupo Silvio Santos, que pretende investir R$ 75 milhões no Bela Vista Festival Center, como inicialmente foi batizado o projeto, nome agora descartado.
O empreendimento, que os idealizadores preferem não tratar como shopping, vai abrigar salas de cinema e de teatro, parque infantil e praça de alimentação, entre outras atrações. O pré-projeto corresponde a uma área construída de 55 mil m2 e já foi aprovado por dois órgãos de conservação do patrimônio histórico -Condephaat (estadual) e Conpresp (municipal).
O início das obras, previsto para 2001 (com conclusão em 2003), depende de aprovação do projeto final dos mesmos órgãos.
O encontro durou cerca de três horas e aconteceu seis anos depois de uma primeira reunião entre as partes, em 94, no próprio teatro Oficina.
Neves admite um recuo maior do empreendimento (atualmente sete metros) em relação à lateral esquerda do Oficina, que requer luz natural por causa da cobertura de vidro.
O arquiteto também se mostrou simpático ao projeto Ágora, que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha concebeu no início da década e não foi concretizado. Ele prevê que a área em frente ao teatro, sob um viaduto (atualmente um sacolão), seja transformada em espaço para oficinas de cenografia e figurino, entre outras atividades.
Nos próximos dias, Mendes da Rocha, Elito e o escritório de Neves vão elaborar um estudo arquitetônico sobre o projeto
Apesar da negociação para preservar parte do entorno do Oficina, Elito diz que "o resultado nunca será aquele pretendido antes da existência do projeto". (VALMIR SANTOS)


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