São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003 |
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ARTES PLÁSTICAS Agentes culturais e artistas participantes da mostra em Porto Alegre farão teste de DNA para compor obra Bienal do Mercosul mapeia ancestrais
FABIO CYPRIANO ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE Uma inusitada proposta vai marcar a 4ª edição da Bienal de Artes Visuais do Mercosul, programada para ser inaugurada no dia 4 de outubro, em Porto Alegre. Todos os artistas e agentes culturais participantes da mostra irão realizar um teste de ancestralidade por meio da coleta de seu DNA. Até o ministro da Cultura, Gilberto Gil, será convidado a fornecer seu DNA. Com os resultados, o artista plástico Ary Perez irá criar uma releitura do mapa mitocondrial, nome técnico dado ao exame que permite localizar a ascêndencia genética de alguém. Tais informações permitirão que se conheça o mapa genético das pessoas envolvidas com a Bienal, a partir do suporte técnico do cientista mineiro Sérgio Pena. Esse segmento compõe o módulo "Arqueologia Genética". A proposta tem um formato um tanto estranho, mas o curador geral da Bienal, Nelson Aguilar, afirma que causará bons efeitos. "Essa idéia pode parecer uma bruma, mas isso vai se dissipar e revelar especificidades de nossos artistas latino-americanos", disse o curador. Com o tema "Arqueologia Contemporânea", a obra de Perez, no contexto da Bienal, representa uma forma de "unir, novamente, arte e ciência". Aguilar anunciou a lista completa dos artistas que participam do evento, um número mais enxuto que as edições anteriores. A primeira Bienal chegou a ter 275 participantes, enquanto agora são apenas 77. "Apostamos em densidade, e não em quantidade", diz. A representação nacional, a cargo de Franklyn Pedrosa, terá nove artistas: Lygia Pape, Ivens Machado, Janaina Tschäpe, José Damasceno, Laura Lima, Laércio Redondo, Lia Menna Barreto, Rosana Paulino e Solange Pessoa. Do Brasil, participam Saint Clair Cemin, artista homenageado na mostra, Artur Barrio, Tato Taborda e a dupla Maurício Dias e Walter Riedweg, no segmento organizado por Alfons Hug, "O Delírio de Chimborazo", reunindo obras inspiradas no libertador boliviano Simon Bolívar. Hug, curador da mais recente e da próxima edição da Bienal de São Paulo, escolheu 12 artistas, entre eles o alemão Frank Thiel, a dupla Dias e Riedweg e o grupo cubano Los Carpinteros. Um dos destaques internacionais é Francis Alys, artista belga que reside no México. O jornalista Fabio Cypriano viajou a convite da Fundação Bienal do Mercosul Texto Anterior: Rodapé: Cronistas de São Paulo conjugam lirismo no pretérito Próximo Texto: "Os Tambores da Chuva": Kadaré retrata formação da identidade albanesa Índice |
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