São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Elenco, que inclui ex-Rouge, ensaiou até nove horas diárias

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não foram necessários nem dois meses para que os jovens intérpretes selecionados para o elenco de "Miss Saigon" estivessem a ponto de bala para a estréia.
Marcação rigorosa, partituras na ponta da língua, afinação e sincronias musicais, acrobacias em cena. Tudo isso começou a ser ensaiado só no começo de maio, em dois espaços no teatro Abril: no próprio palco e em uma tenda, montada nos fundos da locação.
O processo foi curto e exaustivo para todo o elenco. Os ensaios chegaram a se estender por nove horas diárias, com repetições intermináveis das cenas que compõem o espetáculo -duas delas apresentadas para a imprensa na semana passada.
A primeira foi a coreografia "O Dia do Dragão", de difícil execução, com boa parte do elenco masculino em cena, cheia de acrobacias em torno da figura de um dragão e muita utilização de gelo-seco. Sobre o palco, o exército vietnamita marcha vitorioso depois da saída dos americanos.
A segunda canja, uma cena de amor entre os protagonistas, mostra os três pilares do elenco: o já experiente Nando Prato, no papel do militar americano Chris, com sua boa bagagem técnica adquirida nos musicais "A Ópera do Malandro", de Gabriel Vilella, "A Bela e a Fera", "Chicago" e "O Fantasma da Ópera", entre outros; e Lissah Martins e Cristina Cândido, ambas mais cruas, que se revezam no papel de Kim, a Miss Saigon. Nos dias em que há duas apresentações, Lissah deve fazer uma, e Cristina, a outra.
Mas Lissah ainda é considerada a atriz principal. Ela foi integrante do extinto Rouge -aquele grupo só de meninas cantoras que surgiu de um reality show do SBT- e está fazendo, neste espetáculo, a sua estréia como atriz.
Descendente de japoneses, Lissah diz que exercita técnicas orientais de canto desde os quatro anos. Ela teve de se esforçar para adequar a voz ao palco. Costumava ficar para aulas extras de canto depois dos ensaios diários -encarava uma hora a mais que todo o resto do elenco.
A intérprete conta que não tem problemas com notas agudas, o que é um grande trunfo para aquelas que assumem o papel de Kim. "O meu ponto crítico são os graves e médios. Tem uma música que se chama "Eu Creio Sim", no primeiro ato, que transita muito entre graves e agudos. Tive que ensaiar bastante, mas agora estou bem segura", afirma.
Para a atriz, o que mais desgasta não é cantar. "É o tom dramático da Kim, é a energia que ela carrega em sua voz. Ela é dramática do começo ao fim do espetáculo. E eu ainda não sei muito bem como ficar alheia à personagem, ainda misturo um pouco as coisas. Às vezes acordo meio triste, e sei que a Kim foi embora comigo para casa."


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