São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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Provocadora, autora assina 3.000 livros

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando ela entra na gráfica, os funcionários esboçam um discreto sorriso. Cabelos vermelhos, camiseta dos Strokes, jeans surrado, cigarro em uma mão e garrafinha de uísque em outra. Ela é Clarah Averbuck e é, novamente, o centro das atenções, ao se preparar para um cansativo ritual de assinatura dos 3.000 exemplares de seu livro de estréia, "Máquina de Pinball".
Quem se posiciona ao lado para carimbar os exemplares é seu editor, Rogério de Campos, da Conrad, editora brasileira que aposta em autores iniciantes. A tarde de assinaturas é, na verdade, uma grande brincadeira em torno do debate sobre numeração de obras e direitos autorais. Bem ao estilo anárquico da editora e à postura "show woman" de Clarah.
"Trata-se de uma ação de chateação subversiva", diz Campos. "Isso sem falar que a Clarah foi a única autora nossa que topou essa empreitada."
A escritora tentou chamar o cantor Lobão, uma das principais figuras da questão, para o evento. "Achei ridículo o veto. Apoio o projeto e essa foi a maneira que encontrei para ajudar. Mas a idéia mesmo é incomodar", diz Clarah.
Já Campos é contra a idéia de direitos autorais. "Acredito que as coisas devem circular livremente. Mostramos para o Lobão que, sim, é possível assinar de próprio punho qualquer obra autoral. Mas eu o respeito porque ele está desmoralizando as megacorporações", explica o editor. Claro que tudo não passa de um (divertido) circo. A "assinatura" de Clarah resume-se à letra "C.". (BYS)


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