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Provocadora, autora assina 3.000 livros
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando ela entra na gráfica, os funcionários esboçam
um discreto sorriso. Cabelos
vermelhos, camiseta dos
Strokes, jeans surrado, cigarro em uma mão e garrafinha de uísque em outra. Ela
é Clarah Averbuck e é, novamente, o centro das atenções, ao se preparar para um
cansativo ritual de assinatura dos 3.000 exemplares de
seu livro de estréia, "Máquina de Pinball".
Quem se posiciona ao lado
para carimbar os exemplares é seu editor, Rogério de
Campos, da Conrad, editora
brasileira que aposta em autores iniciantes. A tarde de
assinaturas é, na verdade,
uma grande brincadeira em
torno do debate sobre numeração de obras e direitos
autorais. Bem ao estilo anárquico da editora e à postura
"show woman" de Clarah.
"Trata-se de uma ação de
chateação subversiva", diz
Campos. "Isso sem falar que
a Clarah foi a única autora
nossa que topou essa empreitada."
A escritora tentou chamar
o cantor Lobão, uma das
principais figuras da questão, para o evento. "Achei ridículo o veto. Apoio o projeto e essa foi a maneira que
encontrei para ajudar. Mas a
idéia mesmo é incomodar",
diz Clarah.
Já Campos é contra a idéia
de direitos autorais. "Acredito que as coisas devem circular livremente. Mostramos para o Lobão que, sim, é
possível assinar de próprio
punho qualquer obra autoral. Mas eu o respeito porque
ele está desmoralizando as
megacorporações", explica
o editor. Claro que tudo não
passa de um (divertido) circo. A "assinatura" de Clarah
resume-se à letra "C.".
(BYS)
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