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CRÍTICA
Artista quer sugar emoção, carne e sangue
DA REPORTAGEM LOCAL
Seu trabalho em disco é
tão esporádico que sempre que surge um novo parece que nasceu outra artista.
O já tardio "Laura Finocchiaro" (92) já manipulava
eletrônica e sons orientais,
mas ainda era disco de uma
roqueira de origem. "Ecoglitter" (98) era cruza de
(muita) eletrônica e (pouca)
canção popular brasileira,
que esfumaçou em parte a
personalidade da compositora/cantora/estudiosa.
"Oi" é "Ecoglitter" invertido e reparado. Tem (muita)
eletrônica e (muitíssima)
canção popular brasileira,
desde a "Menina Linda" da
jovem guarda até o "Duelo"
entre ela e Tom Zé.
A modinha eletrônica (como definiu o co-autor) é o
ponto culminante de "Oi",
pela construção audaciosa
da letra de termos "desagradáveis" ("medonha", "envergonha", "hemorragia")
dele e pela doçura dramática
da melodia dela.
E o trunfo de "Duelo" se
expande pelo CD, que compreende com precisão a artificialidade em que andam
metidas as músicas industrial e independente de hoje
em dia. E luta para transformá-la em drama e emotividade, em carne e sangue.
Da canção de amor ao
amor "Link" às cantigas feitas para "suas" crianças, ser
emotivo é o dom central de
"Oi". E chega de gelo.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
Oi
Artista: Laura Finocchiaro
Lançamento: Sorte/Trama
Quanto: R$ 22 (preço sugerido)
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