UOL


São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Cantor derrama épico sobre blues mântrico

DA REPORTAGEM LOCAL

O 28º disco da carreira de Neil Young, "Greendale" é um CD de rock de 78 minutos, difícil de assimilar de uma só vez.
É, sem dúvida, um álbum roqueiro, direto, sem nenhum pendor às óperas-rock, apesar de suas músicas de seis, nove, 13 minutos.
Muito do crédito deve ser dado aos veteranos da banda Crazy Horse, que mostram que a mistura de folk, punk e blues começa bem antes do hype dos White Stripes. Isso porque canaliza a energia do "novo" rock em forma de transe, forjando uma espécie de blues mântrico.
Sobre esse manto sonoro, Young derrama a sua narrativa épica, torcendo a melodia para encaixar melhor suas longas letras sobre a saga de família Green, que alternam primeira e terceira pessoa, seguindo a velha receita de Bob Dylan. A escolha é válida, pois boa parte das canções são minicontos, ao mesmo tempo críticos e emocionais, que tratam de dissolução, tentações do diabo, drogas, mídia e crime.
Young derrapa, entretanto, a evocar seu lado mais hippie. Faz citações desnecessárias de Bob Dylan e de John Lennon (1940-1980) e produz um final totalmente anticlimático, ecochato, em "Be the Rain".
(GUILHERME WERNECK)


Greendale   
Artista: Neil Young & Crazy Horse
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 50, em média

Para ouvir trechos de músicas de "Greendale", com Neil Young & Crazy Horse, ligue para 0/xx/11/3471-4000 e digite 4 -Música. Custo só o da ligação.



Texto Anterior: "Greendale", o filme, estréia em Toronto
Próximo Texto: Popload: The Rapture, sexta Tim, Pixies
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.