|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA
Cantor derrama épico sobre blues mântrico
DA REPORTAGEM LOCAL
O 28º disco da carreira de
Neil Young, "Greendale" é
um CD de rock de 78 minutos, difícil de assimilar de uma só vez.
É, sem dúvida, um álbum roqueiro, direto, sem nenhum pendor às óperas-rock, apesar de suas
músicas de seis, nove, 13 minutos.
Muito do crédito deve ser dado
aos veteranos da banda Crazy
Horse, que mostram que a mistura de folk, punk e blues começa
bem antes do hype dos White
Stripes. Isso porque canaliza a
energia do "novo" rock em forma
de transe, forjando uma espécie
de blues mântrico.
Sobre esse manto sonoro,
Young derrama a sua narrativa
épica, torcendo a melodia para
encaixar melhor suas longas letras sobre a saga de família Green,
que alternam primeira e terceira
pessoa, seguindo a velha receita
de Bob Dylan. A escolha é válida,
pois boa parte das canções são
minicontos, ao mesmo tempo críticos e emocionais, que tratam de
dissolução, tentações do diabo,
drogas, mídia e crime.
Young derrapa, entretanto, a
evocar seu lado mais hippie. Faz
citações desnecessárias de Bob
Dylan e de John Lennon (1940-1980) e produz um final totalmente anticlimático, ecochato, em "Be
the Rain".
(GUILHERME WERNECK)
Greendale
Artista: Neil Young & Crazy Horse
Lançamento: Warner
Quanto: R$ 50, em média
Para ouvir trechos de músicas de "Greendale", com Neil Young & Crazy Horse, ligue para 0/xx/11/3471-4000 e digite 4
-Música. Custo só o da ligação.
Texto Anterior: "Greendale", o filme, estréia em Toronto Próximo Texto: Popload: The Rapture, sexta Tim, Pixies Índice
|