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The Rapture, sexta Tim, Pixies
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Das mais iluminadas atrações
do Tim Festival, o Rapture,
uma das formações favoritas desta coluna há muito tempo, finalmente lançou seu disco novo na
Inglaterra, na última sexta-feira.
"Echoes", CD que promove a
trombada da disco com o punk
rock, traz luz para a cena mais legal hoje no mundo (a de Nova
York), aloja na faixa seis a explosiva "House of Jealous Lovers", a
música mais sacode pista deste século. Ou não. Desde o Blondie
não havia uma banda suja de alma punk construindo músicas
para tocar em festas.
Faixas como "Olio", "I Need
Your Love", "Love Is All", "Sister
Savior" e "Killing" são fenomenais.
Nelas dá para encontrar elementos de PIL, Cure e Gang of
Four, art-rock dos anos 80, inventividade dance como Primal
Scream e a alternância de euforias
como o que se via no Nirvana.
Não há jornal mais legal no
planeta do que a edição de domingo do britânico "The Guardian", que neste dia próprio se
chama "The Observer". E lá no
"Observer" de dois domingos
atrás está escrito mais ou menos
assim:
"Certos discos mudam as coisas. "Smells like Teen Spirit" é uma
canção que serviu como poderoso
combustível para uma chacoalhada barulhenta no horizonte musical dos anos 90. Antes, "Blue Monday", do New Order, também reconfigurou por uma década inteira o som que saía dos alto-falantes
da juventude. "House of Jealous
Lovers" tem feito as mesmas coisas, novamente".
Agueeeeeenta, coração! A sexta-feira, dia 31 de outubro, do Tim
Festival está com um dos mais
modernos line-ups da história
brasileira. Só dois outros fazem
páreo a essa noite do festival: o
L7/Nirvana do Hollywood Rock
de 93 e Kraftwerk/Massive Attack
do Free Jazz de 98.
Não me lembro de outro.
Tem a banda do ano, o Rapture,
a banda do novo século, o White
Stripes, e o DJ electro-rock mais
legal do planeta, o Erol Alkan. Para ficar mais sensacional, só se os
Strokes e o Radiohead estivessem
na mesma noite. Mas aí teria que
ser no Maracanã.
Talvez o resultado final não seja o
que se espera, mas quem se importa. Foi anunciado que os Pixies, a banda mais influente da
música independente de todos os
tempos, vai ser reagrupada para
um disco novo e uma turnê mundial. Acabaram as rusgas entre
Francis Black, Joey Santiago e
Kim Deal, que levaram ao final do
grupo há exatos dez anos.
lucio@uol.com.br
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