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brasileiros em nova york
Seu Jorge leva ginga ao show de Miele
"Burguesinha! Vai no cabeleireiro, vai no esteticista...",
cantava Seu Jorge no desfile da
grife Carlos Miele em Nova
York, enquanto brincava de
flertar com as modelos.
O músico encheu de ginga e
humor o desfile de Miele, que
mostrou uma coleção coerente
e esmerada. A inspiração veio
das curvas, dos recortes e da leveza de plantas e flores, bem
como dos efeitos da luz sobre a
vegetação tropical.
Esta referência lhe deu um
ponto de apoio firme para a exploração de formas arquitetônicas sinuosas, de desfolhamentos sucessivos da seda e de
certos efeitos dramáticos nas
estampas e na silhueta. Um
bom trabalho com pedras brasileiras, feito em parceria com
Juliana Scarpa, acrescentou sofisticação aos looks.
A prestigiosa crítica Suzy
Menkes, do "International Herald Tribune", gostou do desfile, destacando que Miele fez
uma coleção "sensual mas não
vulgar", conseguindo um equilíbrio entre "couture", modernidade e arte.
A internacionalização é também um projeto da Rosa Chá
-que passou a desfilar sua coleção feminina só em Nova
York. O estilista Amir Slama se
baseou no trabalho do artista
plástico Gonçalo Ivo, que pratica em suas pinturas um certo
construtivismo retrô.
Se a referência pode fazer os
críticos de arte virarem o nariz,
para a moda a inspiração surtiu
efeito -particularmente nos
maiôs de formas geométricas.
As estampas, também apoiadas
em Ivo, são agradáveis. E o
principal do design de Slama
está lá: nas ousadias da modelagem, nas formas e amarrações
sinuosas e na liberdade de estilo, que só o barroquismo brasileiro permite.
Também desfilaram em Nova York as grifes Herchcovitch;
Alexandre e Iódice, que mostraram as mesmas coleções exibidas na última SPFW. As críticas aos brasileiros foram discretas, mas favoráveis
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