São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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brasileiros em nova york

Seu Jorge leva ginga ao show de Miele

"Burguesinha! Vai no cabeleireiro, vai no esteticista...", cantava Seu Jorge no desfile da grife Carlos Miele em Nova York, enquanto brincava de flertar com as modelos.
O músico encheu de ginga e humor o desfile de Miele, que mostrou uma coleção coerente e esmerada. A inspiração veio das curvas, dos recortes e da leveza de plantas e flores, bem como dos efeitos da luz sobre a vegetação tropical.
Esta referência lhe deu um ponto de apoio firme para a exploração de formas arquitetônicas sinuosas, de desfolhamentos sucessivos da seda e de certos efeitos dramáticos nas estampas e na silhueta. Um bom trabalho com pedras brasileiras, feito em parceria com Juliana Scarpa, acrescentou sofisticação aos looks.
A prestigiosa crítica Suzy Menkes, do "International Herald Tribune", gostou do desfile, destacando que Miele fez uma coleção "sensual mas não vulgar", conseguindo um equilíbrio entre "couture", modernidade e arte.
A internacionalização é também um projeto da Rosa Chá -que passou a desfilar sua coleção feminina só em Nova York. O estilista Amir Slama se baseou no trabalho do artista plástico Gonçalo Ivo, que pratica em suas pinturas um certo construtivismo retrô.
Se a referência pode fazer os críticos de arte virarem o nariz, para a moda a inspiração surtiu efeito -particularmente nos maiôs de formas geométricas. As estampas, também apoiadas em Ivo, são agradáveis. E o principal do design de Slama está lá: nas ousadias da modelagem, nas formas e amarrações sinuosas e na liberdade de estilo, que só o barroquismo brasileiro permite.
Também desfilaram em Nova York as grifes Herchcovitch; Alexandre e Iódice, que mostraram as mesmas coleções exibidas na última SPFW. As críticas aos brasileiros foram discretas, mas favoráveis


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