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Lutadores viram atores
da Agência Folha, em Cascavel
O cinema produzido em Cascavel economiza ao não gastar com
atores. Ninguém recebe para trabalhar. São atores de teatro amador da região, em busca de espaço,
lutadores de artes marciais e a população em geral.
Acir Kochmanski, por exemplo,
mobilizou uma comunidade rural
inteira do interior de Cascavel para
fazer "Chuva de Linguiça".
O investigador de polícia do distrito de São Salvador (zona rural
de Cascavel) virou padre no filme,
um locutor sertanejo se transformou no "compadre" do personagem principal Juvêncio (Acir
Kochmanski), e as locações foram
realizadas em propriedades rurais
da região.
A ligação de Talício Sirino com
adeptos de artes marciais facilitou
também a requisição de atores para interpretar o papel de bandidos
nos filmes da Tigre Produções Cinematográficas.
"Como tem muita gente que pratica algum tipo de luta, partimos
para filmes de ação, com muitas
brigas. Você acaba não precisando
de muita interpretação nas lutas,
pois o pessoal pega para valer mesmo", afirma Antônio Marcos Ferreira, diretor da Tigre.
Francisco Portela, 34, recepcionista de um hotel no centro de Cascavel é um exemplo de ator-lutador. Lutador de vale-tudo, ele acabou ganhando uma imagem de vilão na região. Portela atua como
bandido em filmes como "Chuva
de Linguiça", "Acerto Final" e
"Fronteira Sem Destino".
Portela conta que, há um mês, foi
surpreendido com a reação de um
garoto de sete anos em um supermercado na cidade.
"O garoto me viu, armou o maior
berreiro, pensando que eu ia assaltar o local. Foi preciso que os pais
dele me convidassem a ir para sua
casa para que o garoto se convencesse que o vilão só existia nos filmes."
(JM)
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