São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2001 |
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MÚSICA/LANÇAMENTOS Pausa para o café
SYLVIA COLOMBO EDITORA-ADJUNTA DA ILUSTRADA Os mexicanos do Café Tacuba levaram pouco menos de dez anos para construir sua utopia. Começaram trabalhando com sintetizadores, ansiosos por fazer um pop moderno e norte-americanizado. Depois, perverteram o rock ao fazê-lo dialogar com a música latino-americana, transformando boleros, sonoridades da tradição indígena e ritmos caribenhos. O rasqueado de violões acústicos, flautas e outros instrumentos tradicionais passaram a fazer fundo à ironia e ao escracho dos vocais e das letras da banda. Um pouco de cada fase do Café Tacuba está agora reunida na coletânea "Tiempo Transcurrido", que acaba de ser lançada no Brasil. Desde seu álbum mais recente, "Reves/Yo Soy" (99), o grupo parece ter direcionado sua fantasia novamente para o futuro, como dizem logo na primeira faixa ("date cuenta que ya no va a haber marcha atrás"), apostando mais uma vez no uso de recursos eletrônicos e tomando como tema a passagem do tempo. Assim como nos anos 20 o escritor, também mexicano, José Vasconcelos elaborou uma teoria bastante polêmica sobre a formação de uma "raça cósmica" na América Latina baseada na fusão étnica e cultural de seus povos, os músicos do Café Tacuba também apostam nessa mescla, só que na busca de uma linguagem musical moderna. O grupo é formado pelos irmãos Joselo (guitarra) e Quique (baixo), Emmanuel del Real (bateria e teclado) e o vocalista, que já foi Rúben, Nru e outros nomes (ele adota um a cada trabalho). O Café Tacuba já tocou no Brasil, em 1997, durante o festival Tordesilhas, de música pop latina, promovido então pela MTV, em Porto Alegre. Leia abaixo os principais trechos da entrevista que Quique concedeu à Folha. Folha - O último disco da banda,
"Reves/Yo Soy" era bastante experimental. Por que voltaram agora a
recompilar seus sucessos anteriores? Folha - Há músicas de vários discos na coletânea. Acham certo dizer que "Re" era o mais pop e mexicano, "Avalancha de Exitos", o
mais nostálgico, e "Reves/Yo Soy",
o mais moderno? Folha - Vocês participam das discussões sociais e políticas no México. O que acham do envolvimento
da arte com a política? Folha - O filme "Amores Brutos"
chamou a atenção das pessoas para o cinema mexicano, mas também despertou interesse para o
pop contemporâneo do México,
por meio da sua trilha sonora. Qual
a sua opinião sobre ambos? TIEMPO TRANSCURRIDO - De: Café Tacuba. Lançamento: Warner. Quanto: R$ 23. Texto Anterior: Show: Eric Clapton se despede de turnês sem pirotecnia Próximo Texto: Outros lançamentos: Medo, eles voltaram Índice |
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