|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARTES
Francesa aceita convite para fazer a curadoria do Panorama de 2003, em contraponto à exposição do ano anterior
Catherine David organiza mostra do MAM
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os curadores estrangeiros invadem o Brasil. Primeiro foi o alemão Alfons Hug na Bienal de São
Paulo, já confirmado para cuidar
também da próxima edição do
evento, em 2004. Depois, os belgas Jan Hoet e Philippe van Cauteren, que cuidam da Bienal Ceará
América, que deve ser aberta em
dezembro, em Fortaleza.
Agora, a francesa Catherine David acaba de aceitar o convite para
ser a curadora do Panorama da
Arte Brasileira do Museu de Arte
Moderna de São Paulo (MAM),
no próximo ano. David irá formalizar seu engajamento na mostra
nos próximos dias, quando deverá entregar o projeto detalhado de
sua curadoria.
Será que há uma falta de curadores brasileiros? "Não posso falar pelos outros museus, mas nós
temos trabalhado basicamente
com curadores brasileiros. A opção por Catherine David é fazer
um contraponto ao Panorama
passado", afirma Rejane Cintrão,
curadora-executiva do museu.
David aceitou o convite no último fim de semana, durante sua
passagem por São Paulo, e irá formalizar sua proposta em breve.
"Eu não teria como organizar um
Panorama com a jovem produção
brasileira, mas sim apresentar
uma visão retrospectiva com
obras emblemáticas", disse a curadora à Folha, na semana passada. "Queremos justamente um
olhar estrangeiro sobre a produção brasileira, já que, ultimamente, parece que sempre se fala dos
mesmos", afirma Cintrão.
A participação de Catherine David foi aceita, "com entusiasmo",
segundo Cintrão, pelo recém-empossado Conselho Curatorial do
MAM, composto por Tadeu
Chiarelli, Maria Alice Milliet e Felipe Chaimovich.
A curadora francesa acaba de
anunciar a realização do projeto
São Paulo S.A., uma iniciativa sediada no edifício Copan, no centro da cidade, que irá fazer um
mapeamento da produção cultural na cidade e realizar residências
artísticas, entre outras iniciativas.
David volta a São Paulo, no próximo mês, para um seminário do
projeto.
"Eu não sabia do envolvimento
de Catherine com o projeto no
Copan. Fiz o convite pelo conhecimento a partir de seu trabalho
na Documenta de Kassel, em
1997, quando apresentou diversos
brasileiros", diz Cintrão.
De fato, a presença da curadora
é tão frequente no país que seu
português é fluente. Em 1997, para a Documenta, David levou
obras de Hélio Oiticica, Lygia
Clark, Tunga e Cabelo.
Já na 24ª Bienal de São Paulo,
com curadoria de Paulo Herkenhoff, ela escreveu para o catálogo
da mostra o texto "Antropofagia e
Cinema(s)". No último sábado,
David abriu a retrospectiva de dez
anos de trabalhos da dupla Maurício Dias e Walter Riedweg, no
Centro Cultural Banco do Brasil,
do Rio, sob sua curadoria.
O Panorama será aberto no dia
25 de setembro do próximo ano.
É a primeira vez que uma mulher
cuida da mostra, segundo o formato inaugurado por Ivo Mesquita, em 1995. Na última edição,
a exposição foi organizada pelo
trio Ricardo Resende, Ricardo
Basbaum e Paulo Reis.
Texto Anterior: Literatura: Escritor húngaro, Nobel de Literatura, diz: "Estou rico!" Próximo Texto: Nova York: Oiticica rememora torres do WTC Índice
|