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NOVA YORK
Mostra "Quasi-Cinemas" vem para Rio e São Paulo no ano que vem
Oiticica rememora torres do WTC
DE NOVA YORK
Termina amanhã em Nova
York a maior exposição de e sobre Hélio Oiticica (1937-1980)
que a cidade já assistiu. "Hélio
Oiticica - Quasi-Cinemas" foi
definida pelo jornal "The New
York Times" como "profética",
recebeu elogios da prestigiosa
revista "ArtForum" e atraiu milhares de pessoas em seus três
meses de vida.
É irônico que as três instalações que formam a mostra, que
se estende por dois andares do
New Museum (www.newmuseum.org), no SoHo, tenham demorado três décadas para serem exibidas na mesma cidade
em que foram concebidas a
quatro mãos pelo artista brasileiro e pelo cineasta Neville d"
Almeida.
Amigos, ambos moravam em
Nova York nos anos 70. "Ando
por aqui, na parte baixa da cidade, hoje em dia, e vou reconhecendo lugares que frequentávamos", disse à Folha o diretor
dos clássicos "A Dama do Lotação" (78) e "Rio Babilônia" (82).
Hélio Oiticica é um dos artistas brasileiros mais importantes
e reconhecidos internacionalmente. Ajudou a mudar a arte
nos anos 60 e é considerado o
precursor do conceito "multimídia" e do palavrão que viria a
ser conhecido depois como
"instalação".
Pois é exatamente a última
que dá o tom na exposição do
SoHo. Estão montadas três instalações de Oiticica e d'Almeida,
batizadas pelo primeiro de
"Cosmococas", salas em que o
público assiste a projeções sucessivas de slides e ouve música
enquanto senta em redes, em almofadas ou mesmo em um piso
feito de areia.
Além das instalações, há exibições dos filmetes em super-8
que Oiticica fazia em suas andanças por Nova York, 12 deles
no total, com três minutos cada
um, encontrados e restaurados
por seu sobrinho, o fotógrafo
César Oiticica Filho, que é curador do Projeto Hélio Oiticica, no
Rio de Janeiro.
Entre as preciosidades, está
"Agripina É Roma-Manhattan", que traz imagens que o artista brasileiro fez das então recém-erguidas torres gêmeas do
World Trade Center. "Hélio
gostava de pegar sua câmera e
sair por aí, registrando tudo",
disse César à Folha.
A boa notícia é que "Quasi-Cinemas", que já passou pela
Whitechapel Gallery, em Londres, e pela Koelnischer Kunstverein, em Colônia, chega ao
Rio e a São Paulo no ano que
vem, respectivamente no Centro de Artes Hélio Oiticica e na
Pinacoteca. César conta que
quer ampliar a mostra e exibir
pela primeira vez no país todas
as "Cosmococas" juntas.
(SÉRGIO DÁVILA)
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