São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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Arte quebra monotonia de prédios do governo

Funarte, Memorial do Imigrante e edifício Sampaio Moreira são "reativados"

Espaços federal, que sedia exposição do Ateliê Fidalga, e estadual, com mostra de franceses, procuram projetos contemporâneos


MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Espaços das três esferas governamentais -federal, estadual e municipal- em São Paulo começam a ganhar um novo perfil, com intervenções artísticas que inserem tais locais no circuito de artes plásticas. A Funarte, em âmbito federal, órgão vinculado ao MinC (Ministério da Cultura), reativou os espaços expositivos no bairro dos Campos Elíseos.
"São Paulo foi um tradicional foco de música e teatro para a Funarte até os anos 90. Já a grade de artes plásticas estava completamente abandonada", afirma o diretor de artes visuais do órgão, Ricardo Resende, 47.
Ele escolheu para "reativar" o espaço na região central da cidade uma exposição coletiva com o Ateliê Fidalga, comandado pelos artistas Albano Afonso, 45, e Sandra Cinto, 40. O grupo de 60 artistas acaba de voltar da inauguração de duas grandes mostras em Lisboa, mas, curiosamente, ainda não havia exibido suas obras para os paulistanos.
"É muito interessante fazermos essa mostra aqui, em um espaço que desconhecíamos e num momento muito feliz do Fidalga", avalia Afonso. "É uma coletiva que agrega os diferentes estilos e subjetividades dos artistas, sem hierarquias." Assim, "No Entorno de" exibe trabalhos de artistas dos mais variados.
Há desde jovens emergentes -como Carla Chaim, 25, vencedora do Prêmio Energias na Arte 2009- a nomes já estabelecidos em galerias -Ding Musa, Felipe Cama e Mariana Palma, entre outros- e participantes de salões e programas de fomento. A Funarte lançará em 2010 editais para projetos que aproveitem especificamente as características do espaço.

Mooca
No antigo bairro industrial da Mooca, o Memorial do Imigrante, ligado ao governo do Estado, começa a privilegiar obras de arte contemporânea, ligadas ao tema da imigração. "O perfil do museu foi reformulado. Queremos agregar outros tipos de público, não apenas o escolar", conta a diretora do Memorial, Ana Vieira, 62, que espera receber projetos de nomes brasileiros.
A mostra em cartaz hoje apresenta trabalhos de artistas de ponta na França, como Melik Ohanian, um dos principais nomes da videoarte no país. E, em âmbito municipal, o edifício Sampaio Moreira, de 1924, na r. Líbero Badaró, é espaço de parceria entre artistas paulistanos e franceses para uma intervenção conjunta, que ficará pronta em novembro.
"A ideia de encarar um prédio abandonado é um prato cheio para um questionamento de cunho estético", avalia Henrique César, 22, um dos artistas, que conseguiu permissão para fazer um vídeo no prédio.


NO ENTORNO DE

Quando: de seg. a qui., das 10h às 18h, sex. e sáb., das 10h às 21h, e dom., das 10h às 20h; até 13/11
Onde: Funarte (al. Nothmann, 1.058, SP, tel. 0/xx/11/3662-5177); livre
Quanto: entrada franca

A IMIGRAÇÃO NA FRANÇA - PONTOS DE REFERÊNCIA

Quando: de ter. a dom., das 10h às 17h; até 8/11
Onde: Memorial do Imigrante (r. Visconde de Parnaíba, 1.316, SP, tel. 0/ xx/11/2692-1866); livre
Quanto: entrada franca




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