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Arte quebra monotonia de prédios do governo
Funarte, Memorial do Imigrante e edifício Sampaio Moreira são "reativados"
Espaços federal, que sedia exposição do Ateliê Fidalga, e estadual, com mostra de franceses, procuram projetos contemporâneos
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Espaços das três esferas governamentais -federal, estadual e municipal- em São Paulo começam a ganhar um novo
perfil, com intervenções artísticas que inserem tais locais no
circuito de artes plásticas.
A Funarte, em âmbito federal, órgão vinculado ao MinC
(Ministério da Cultura), reativou os espaços expositivos no
bairro dos Campos Elíseos.
"São Paulo foi um tradicional
foco de música e teatro para a
Funarte até os anos 90. Já a
grade de artes plásticas estava
completamente abandonada",
afirma o diretor de artes visuais
do órgão, Ricardo Resende, 47.
Ele escolheu para "reativar"
o espaço na região central da cidade uma exposição coletiva
com o Ateliê Fidalga, comandado pelos artistas Albano Afonso, 45, e Sandra Cinto, 40.
O grupo de 60 artistas acaba
de voltar da inauguração de
duas grandes mostras em Lisboa, mas, curiosamente, ainda
não havia exibido suas obras
para os paulistanos.
"É muito interessante fazermos essa mostra aqui, em um
espaço que desconhecíamos e
num momento muito feliz do
Fidalga", avalia Afonso. "É uma
coletiva que agrega os diferentes estilos e subjetividades dos
artistas, sem hierarquias."
Assim, "No Entorno de" exibe trabalhos de artistas dos
mais variados.
Há desde jovens
emergentes -como Carla
Chaim, 25, vencedora do Prêmio Energias na Arte 2009- a
nomes já estabelecidos em galerias -Ding Musa, Felipe Cama e Mariana Palma, entre outros- e participantes de salões
e programas de fomento.
A Funarte lançará em 2010
editais para projetos que aproveitem especificamente as características do espaço.
Mooca
No antigo bairro industrial
da Mooca, o Memorial do Imigrante, ligado ao governo do
Estado, começa a privilegiar
obras de arte contemporânea,
ligadas ao tema da imigração.
"O perfil do museu foi reformulado. Queremos agregar outros tipos de público, não apenas o escolar", conta a diretora
do Memorial, Ana Vieira, 62,
que espera receber projetos de
nomes brasileiros.
A mostra em cartaz hoje
apresenta trabalhos de artistas
de ponta na França, como Melik Ohanian, um dos principais
nomes da videoarte no país.
E, em âmbito municipal, o
edifício Sampaio Moreira, de
1924, na r. Líbero Badaró, é espaço de parceria entre artistas
paulistanos e franceses para
uma intervenção conjunta, que
ficará pronta em novembro.
"A ideia de encarar um prédio abandonado é um prato
cheio para um questionamento
de cunho estético", avalia Henrique César, 22, um dos artistas, que conseguiu permissão
para fazer um vídeo no prédio.
NO ENTORNO DE
Quando: de seg. a qui., das 10h às
18h, sex. e sáb., das 10h às 21h, e
dom., das 10h às 20h; até 13/11
Onde: Funarte (al. Nothmann,
1.058, SP, tel. 0/xx/11/3662-5177); livre
Quanto: entrada franca
A IMIGRAÇÃO NA FRANÇA -
PONTOS DE REFERÊNCIA
Quando: de ter. a dom., das 10h às
17h; até 8/11
Onde: Memorial do Imigrante (r.
Visconde de Parnaíba, 1.316, SP,
tel. 0/ xx/11/2692-1866); livre
Quanto: entrada franca
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