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ANÁLISE
Cena de SP é cosmopolita e animadíssima
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
A coisa está animada nos arraiais sonoros da Pauliceia. Se
já há anos a cena musical paulistana tem-se revelado a mais
variada, cosmopolita e experimental do Brasil, em 2009 o bicho está pegando.
O céu desta megalópole multirracial, multirregional e multinacional está aberto e nele reluzem astros de todos os cantos
e harmonias. Curumins e Zumbis, Cachorros e Lobões, Mallus
e Tiês, Rômulos e Camelos,
Campos e Jenecis, Lulinas e Cidadãos Instigados.
"São Paulo me lembra aquele
começo dos anos 80, aquela
sensação de "vamos invadir essa merda'", disse Lobão à Folha
no final de julho -ele que em
2008 mudou-se para a Pompeia, lendário bairro da juventude dos Mutantes, e fez o
rock-exaltação "Song for Sampa" . Seu Jorge já havia chegado
e o hermano Marcelo Camelo
passeia tranquilamente de bermuda, com a new folk Mallu
Magalhães, pelas ruas da Vila
Madalena.
Noite animada
São Paulo não é apenas mercadão voraz, consumidor de tudo, mas também melting pot
criativo. Com uma das noites
mais animadas do mundo, que
deixa no chinelo muita cidade
americana e europeia -Nova
York e Paris inclusive-, a Pauliceia tem uma oferta inesgotável de shows de pequenos e médios formatos, baladas eletrônicas, salsas, sambas, hip hop,
maracatus, forrós e rock'n'roll.
Casas alternativas como o Studio SP tornaram-se pontos de
encontro e de geração de ideias
musicais.
E a recente safra de discos
nascidos em São Paulo tem sido
animadora. Tiê, Céu, Cidadão
Instigado, Gui Boratto, Arnaldo
Antunes, Rômulo Fróes podem
não agradar a todos, mas estão
entre as melhores coisas lançadas neste ano.
E a cidade já adotou Lucas
Santtana, o baiano de "Sem
Nostalgia", que mora no Rio,
mas não sai da garoa. Sábado,
ele tocou com o Nouvelle Cuisine no Auditório do Ibirapuera e
discotecou na night do Zé Pequeno, na Vila Madalena.
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