São Paulo, quarta, 12 de novembro de 1997.




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CRÍTICA
O mundo agora é delas


THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Qualquer pessoa que goste de boa música pop pode fazer o teste: escutar "Spiceworld", o novo álbum das Spice Girls, e não ter vontade de voltar a tocá-lo, repetidas vezes, é sinal de um mau humor comprovadamente patológico.
Quando lançaram seu primeiro álbum, as Spice Girls não trouxeram nada de novo para o pop. Apenas seguiram a tradição de grupos vocais femininos, que sempre teve seu espaço reservado no cenário britânico.
Em pouco mais de um ano, o grupo passou de versão turbinada do Salt'N'Pepa para integrante do panteão das bandas mais populares do planeta -ela, U2, Oasis, Bon Jovi, Prodigy... mais alguém?
Agora que as cinco estão em toda parte (CDs, clipes, livros etc.), parece que resolveram fazer um disco condizente com sua fama.
"Spice up Your Life", que abre o CD, é o momento "Macarena" do quinteto. Divertida, mas não acrescenta nada ao que as meninas mostraram no primeiro álbum.
A excelência do novo trabalho começa a saltar das caixas acústicas em "Stop". Musiquinha esperta, pop, simples, mas que atinge o bulbo cerebral do ouvinte.
O bloco "chiclete no ouvido" tem também "Saturday Night Divas", "Never Give up on the Good Times" e a bombástica "Move Over" -o jingle cantado por elas na campanha da Pepsi ("generation next, generation next...").
Baladas, o CD só tem duas, e é pouco. "Too Much" e "Viva Forever" são inspiradíssimas. A primeira entraria num greatest hits de Diana Ross -fase Motown. E a segunda é outro momento de "latinidad" das moças. Pérola pop.
A maior repercussão deve ficar com "The Lady Is a Vamp", um flerte com a música americana dos anos 40. Som de big band, vocalizações perfeitas e letra brincando com mitos pop (Elvis, Bob Marley, Jackie O. etc.). Um show das inglesinhas em apenas três minutos.
As Spice Girls conquistaram o mundo. E parece que não estão dispostas a devolvê-lo.

Disco: Spiceworld Grupo: Spice Girls Lançamento: Virgin Quanto: R$ 18, em média


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