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ILUSTRADA
Para diretor, caso pode prejudicar turismo do Rio
Julgamento de Gerald Thomas por ato obsceno é adiado para fevereiro
HENRI CARRIÈRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O diretor teatral Gerald Thomas, 49, indiciado por prática de
ato obsceno, disse ontem que seu
caso poderá prejudicar a imagem
do Rio internacionalmente, além
de torná-lo um inimigo da cidade.
Thomas esteve ontem no TJ
(Tribunal de Justiça) do Rio para
uma segunda audiência no 2º Juizado Especial Criminal. Havia expectativa de que a sentença poderia ser anunciada, mas a audiência
foi adiada para 17 de fevereiro.
"Isso pode acabar repercutindo
muito mal para o turismo do Rio.
Se o turismo quiser perder, vamos
ver até onde vai isso. É muito melhor ter Gerald Thomas como
aliado, escrevendo artigos fervorosamente a favor do Rio, do que
fervorosamente contra", disse ele
após o anúncio do adiamento.
Thomas foi indiciado no artigo
233 do Código Penal, que prevê
pena de três meses a um ano de
detenção ou pagamento de multa.
Em 17 de agosto deste ano, diante das vaias após a estréia da peça
"Tristão e Isolda", Thomas exibiu
as nádegas para a platéia do Teatro Municipal do Rio. Para exemplificar o que considera má repercussão do caso, o diretor mostrou
reportagem publicada ontem no
jornal "The New York Times".
"Trata-se, afinal, de uma cidade
notoriamente permissiva e, até
mesmo, licenciosa", diz o texto.
O motivo do adiamento da audiência foi a ausência da secretária de Cultura do Estado, Helena
Severo, testemunha considerada
fundamental pelo Ministério Público. Ela disse que tinha uma reunião no horário da audiência, mas
que pediu para o procurador do
Teatro Municipal, Alexis Cristo,
justificar sua ausência. Thomas
criticou a secretária, que preside a
Fundação Teatro Municipal: "Fui
completamente censurado pela
Helena Severo durante todo o
processo de ensaio". "Não houve
censura nenhuma da nossa parte,
nem minha nem da direção artística do teatro, tanto é que o espetáculo foi encenado", diz Severo.
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