IRINEU MACHADO
de Londres

A rede estatal britânica BBC (British Broadcasting Corporation) lançou nesta semana um novo canal de TV exclusivamente para notícias. O canal BBC News 24 entrou no ar no domingo para concorrer com a CNN e a Sky News.
O canal pretende levar ao ar notícias 24 horas por dia. A programação terá boletins noticiosos e esportivos de hora em hora, atualizados a cada 15 minutos, nas horas de pico de audiência.
As primeiras imagens do domingo foram apresentadas pelas "estrelas" do novo canal, os âncoras Gavin Esler, ex-correspondente da BBC nos EUA, e Sarah Montague, ex-apresentadora e comentarista econômica da rival Sky News.
O BBC News 24, como os dois canais abertos da BBC, não terá anúncios comerciais e será mantido com dinheiro do contribuinte. Moradores do Reino Unido pagam anualmente uma licença de TV obrigatória que custa em torno de US$ 160.
Com um total de cem jornalistas em 13 redações no Reino Unido e a possibilidade de usar a rede de 250 correspondentes da BBC em todo o mundo, estima-se que o novo canal consumirá mais de US$ 50 milhões por ano.
Com esse custo, o canal nasceu sob críticas. A primeira é a de que se trata de um desperdício de recursos. Nem todos os contribuintes estão tendo acesso ao BBC News 24. Inicialmente, a transmissão só é feita via cabo, atingindo cerca de 2 milhões de assinantes de sete provedores de TV a cabo.
O canal aberto BBC1 retransmitirá a programação do News 24 por apenas quatro horas diárias, num vácuo da sua programação, durante a madrugada.
Segundo a BBC, o novo canal vai se tornar disponível a um público maior no próximo ano.
Sobre os críticos que sustentam a falta de necessidade de mais um canal exclusivo de notícias, o diretor-executivo da BBC News, Tony Hall, disse que a corporação está "atendendo a um apetite por notícias, fornecendo aos contribuintes um serviço que eles esperam de uma emissora pública".
A BBC usa também, para justificar o novo canal, uma pesquisa encomendada ao instituto Gallup que constatou que 80% da população do Reino Unido assistiria ao canal de notícias pelo menos uma vez por semana.
Dos 2.047 adultos entrevistados, 63% disseram que a iniciativa era uma "boa idéia" e mais de 44% disseram que assistiriam ao canal diariamente. "A julgar pelo resultado dessa pesquisa, o público compreende as razões para lançarmos um canal como esse", afirmou Hall.



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