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"Nosso problema é a difusão'
free-lance para a Folha
Assim como Nelson Pereira, a cineasta Tata Amaral, 38, também
sofreu forte influência do cinema
novo, apesar de, na época, estar literalmente engatinhando.
O contato que teve com o movimento se deu em cineclubes, nos
anos 70. A seguir, a diretora de
"Um Céu de Estrelas" fala sobre a
mostra em Nova York e propostas
de um cinema em evolução.
Folha - O que você achou das escolhas para a mostra do MoMA?
Tata Amaral - Não parei para refletir, mas o cinema novo como
ponto de partida é mais que compreensível. Afinal, a referência da
Europa e EUA ao cinema brasileiro
é pelo movimento cinemanovista.
Folha - A retrospectiva atesta um
reconhecimento internacional salutar ao nosso cinema?
Amaral - Reconhecimento é um
termo complicado. Aqui no país, o
problema é o da difusão. Filmes
nacionais seriam mais apreciados
no Brasil se houvesse acesso do público, como em cinemas de bairro.
Folha - E como fazer isso?
Amaral - Abrindo espaço e fazendo o cinema atingir todas as camadas. E, para isso, vale a necessidade. Foi assim com o comercial "O
Que É Isso, Companheiro?" e com
o artístico "Baile Perfumado", por
exemplo, em que os cineastas acreditavam em suas propostas.
Folha - E qual filme você escolheria para representar bem nosso cinema no MoMA?
Amaral - Uma escolha muito pessoal é "Rio 40 Graus" (de Nelson
Pereira dos Santos), mas esse foi o
filme que me fez descobrir que o
cinema era algo possível para mim.
Foi como a primeira transa, o primeiro sutiã, o primeiro diário...
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